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Israel bombardeia zona humanitária em Rafah, faz 35 vítimas civis e diz que ‘alvo é legítimo’

Pelo menos 35 pessoas foram mortas em área demarcada como ‘zona humanitária’
27/05/2024 | 06h27

O Estado de Israel admitiu publicamente que pode ter atingido civis no bombardeio realizado no último domingo (26) em Rafah, na Faixa de Gaza. Pelo menos 35 pessoas foram mortas em área demarcada como ‘zona humanitária’.

Israel alega, no entanto, que o “alvo é legítimo” e afirma estar investigando o episódio. Depois da destruição da cidade de Gaza e de todo o norte do enclave palestino, Rafah, ao sul, se tornou o último bastião da população civil, local onde se concentra hoje praticamente toda a população, com a maioria de refugiados.

O distrito de Tal as Sultan, que já havia sido demarcado como zona humanitária, foi atingido pelo bombardeio israelenese. O Crescente Vermelho, organização similar à Cruz Vermelha, confirmou as informações. O local é próximo a um prédio da ONU, que supostamente foi delimitado como livre de bombardeios para abrigar civis.

A Autoridade Nacional Palestina confirmou as 35 mortes de civis e afirmou que o ataque aéreo israelense foi um “massacre abominável deliberado”. “A realização deste massacre abominável pelas forças de ocupação israelenses é um desafio para todas as resoluções internacionais legítimas”, diz trecho de nota da presidência da ANP.

As autoridades do Hamas descrevem a região atacada como um centro de deslocados que abriga cerca de 100 mil pessoas.

Segundo o exército israelense, o alvo da operação seria um acampamento do Hamas, mas reconhece a possibilidade de ter atingido civis e diz que investigará o episódio. “O ataque foi realizado contra alvos legítimos, ao abrigo do Direito Internacional, através da utilização de munições precisas e com base em informações precisas que indicavam a utilização da área pelo Hamas”.

Enterro de refém brasileiro em Israel

Michel tinha 59 anos, nasceu em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, e morava perto de Gaza há 40 anos. Foto: Reprodução

Neste domingo também ocorreu em Ashkelon o enterro de Michel Nisenbaum, de 59 anos, o brasileiro que foi feito refém pelo Hamas em outubro. A morte foi confirmada na última sexta-feira (24) pelo Estado de Israel.

A família de Michel ainda acreditava que ele pudesse ter sido sequestrado e nutria esperanças de encontrá-lo vivo. Michel tinha 59 anos, nasceu em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, e morava perto de Gaza há 40 anos.

Nota da Fepal sobre os bombardeios

A Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal) emitiu uma nota pública intitulada “A humanidade precisa parar ‘israel’ como parou o nazismo: pelas armas”:

“Os horrores testemunhados pela humanidade hoje, em Rafah, extremidade sul de Gaza, um sexto de seu minúsculo território, onde se acumulam mais de 2 milhões de palestinos em tendas, devido a mais ataques indiscriminados de “israel”, com dezenas de carbonizados, quase todos crianças e mulheres, são desafio à raça humana maior que foi o nazismo. Se é assim, “israel” e o sionismo, ideologia supremacista idêntica ao nazismo e demais supremacismos coloniais, devem ser parados pela força das armas, como foi parada a Alemanha nazista.

Já são, considerando desaparecidos sob os escombros, mais de 46 mil civis palestinos exterminados em 233 dias, mais de 2% da população de Gaza. Seriam mais de 4 milhões no Brasil e mais de 15 milhões na Europa, no espaço da segunda guerra mundial. As crianças assassinadas já passam de 20 mil, 45% do total de assassinos. São mais de 9 mil por milhão, superando as 2.800 por milhão mortas no período nazista, em 6 anos. As mulheres assassinadas já passam de 11 mil, 25% do total de exterminados, com pelo mil mortas grávidas. São as maiores matanças de crianças e mulheres da história!

A destruição de Gaza já passa dos 80%, superando a das cidades mais arrasadas na segunda Guerra Mundial. Detalhe: em Gaza em 233 dias, contra 6 anos no período nazista.

Todos os lugares definos por “israel” como seguros foram atacados e milhares dos que neles estavam abrigados perderam suas vidas. “israel” perseguiu os palestinos em todos os seus abrigos para assassiná-los em massa.

Os assassinatos de médicos, jornalistas, funcionários da ONU, da defesa civil e de ONGs humanitárias não têm paralelo na história das guerras e dos genocídios.

Os feridos já se aproximam de 90 mil, quase todos graves e mutilados, padecendo para morrer porque todos os hospitais foram destruídos e não há medicamentos, água ou comida. A fome já foi tornada arma de guerra e mata centenas, especialmente crianças e mulheres, além dos doentes e anciãos.

A ordem para parar o genocídio emitida pela Corte Internacional de Justiça em 26 de janeiro ainda não foi obedecida, tal qual a de cessar-fogo do Conselho de Segurança da ONU. Desde estas ordens, mais de 20 mil palestinos foram exterminados.

O mundo declarou guerra à Alemanha nazista ainda em 1939, quando a máquina nazista fizera muito menos do que “israel” promove desde 7 de outubro na Palestina. O mundo não pode seguir assistindo calado ao maior genocídio da história.

Passou da hora da humanidade frear a máquina genocida de “israel”, que é pior que a nazista também por ser nuclear, isto é, ameaçar o fim da existência humana.

“israel” e seu genocídio só serão parados pela humanidade pegando em armas. Foi assim que o nazismo foi parado; será assim com o regime supremacista e genocida de “israel”.

Clamamos ao Brasil e ao mundo que parem o extermínio do povo palestino. Que seja construída uma força internacional de paz, com força bélica suficiente para colocar freio à máquina assassina de “israel”. Para impor imediato cessar-fogo. Para encarcerar todos os implicados no genocídio palestino.

Precisa ser agora, antes que seja tarde demais, com “israel” tendo alcançado seu único objetivo, perseguido pelo sionismo desde 1897, quando do 1° Congresso Sionista, e desde dezembro de 1947, quando fascistas sionistas armados iniciam a limpeza étnica da Palestina, a maior da história.

Basta! A humanidade precisa parar “israel” como parou o nazismo: pelas armas

Palestina Livre do genocídio e do apartheid a partir do Brasil, 26 de maio de 2024, 77° ano da Nakba”.

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