ICL Notícias
Internacional

Israel rejeita resolução da ONU que cria pausa humanitária em Gaza e manterá ataques

De acordo com o texto, as partes envolvidas na guerra não podem privar a população do território palestino de serviços básicos.
16/11/2023 | 08h28

Por Nara Lacerda – Brasil de Fato

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma proposta que pede pausa humanitária nos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza e retomada de serviços essenciais no território. No documento, a comunidade internacional também demanda a liberação imediata de reféns sequestrados pelo Hamas. O texto foi endossado por 12 nações. Estados Unidos, Reino Unido e Rússia se abstiveram.

De acordo com a agência de notícias internacionais, o Ministério das Relações Exteriores de Israel emitiu um comunicado rejeitando a resolução da ONU.

O embaixador de Israel na organização, Gilad Erdan, afirmou que o texto é “desconectado da realidade” e os ataques continuarão “até que o Hamas seja destruído e os reféns sejam libertados.”

O QUE DIZ A RESOLUÇÃO

Além do cessar-fogo humanitário e da liberação dos reféns, o documento cita os efeitos “desproporcionais” do confronto para as crianças palestinas e pede corredores humanitários para a entrada de ajuda em Gaza.

A resolução define que crianças doentes ou feridas devem ser retiradas da região e é preciso implementar esforços para busca e resgate de pessoas desaparecidas e cobra cumprimento das leis internacionais de “todas as partes do conflito”.

Ainda de acordo com o texto, as partes envolvidas na guerra não podem privar a população do território palestino de serviços básicos. Itens essenciais como comida, água, insumos médicos, eletricidade e combustível devem ser garantidos para a população que está no território.

BRASIL APOIA RESOLUÇÃO

Em seu site, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou o seguinte texto:

O governo brasileiro recebe, com satisfação, a notícia da aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU, na tarde de hoje, da primeira resolução relativa à atual crise humanitária e de reféns na Faixa de Gaza, resultante do conflito entre Israel e o Hamas. A resolução, com foco na proteção de crianças, proposta por Malta e apoiada pelo Brasil e pelos demais membros não-permanentes (E-10), foi aprovada com 12 votos a favor. Estados Unidos, Reino Unido e Rússia optaram pela abstenção.

A resolução pede a implementação de “pausas e corredores humanitários urgentes e prolongados em toda a Faixa de Gaza por um número suficiente de dias”, para que ajuda humanitária de emergência possa ser prestada à população civil por agências especializadas da ONU, pela Cruz Vermelha Internacional e por outras agências humanitárias imparciais.

A resolução pede também a “libertação imediata e incondicional de todos os reféns” mantidos pelo Hamas e por outros grupos, rejeita o deslocamento forçado de populações civis e demanda a normalização do fluxo de bens e serviços essenciais para Gaza, com prioridade para água, eletricidade, combustíveis, alimentos e suprimentos médicos.

Exige ainda que as partes cumpram suas obrigações em matéria de direito internacional e do direito internacional humanitário, em especial no que se refere a civis e crianças.

O Brasil participou das articulações no E-10 e apoiou a resolução.

A resolução aprovada prevê também que o Conselho continue a ocupar-se do conflito.

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail