Por Lucas Pordeus León — Agência Brasil
O governo brasileiro expressou preocupação e condenou o uso de tanques em operações militares de Israel na Cisjordânia que determinaram a remoção forçada de 40 mil palestinos.
Pela primeira vez em 20 anos, o exército israelense usou tanques para desalojar palestinos nos territórios ocupados da Cisjordânia.
“O governo brasileiro expressa forte preocupação com a intensificação, nas últimas semanas, de operações militares israelenses nos campos de refugiados de Jenin, Tulkarm e Nur Al-Shams, no Norte da Cisjordânia, e condena o recente emprego de tanques e a ocupação militar”, diz a nota do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Nesse domingo (23), Israel conduziu nova operação militar na Cisjordânia. “Nesse contexto, [o governo brasileiro] deplora a remoção forçada de cerca de 40 mil moradores daqueles campos, em violação ao direito internacional e ao direito internacional humanitário”, completou o Itamaraty.
O Brasil pediu ainda que a Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) possa manter suas atividades na região e lembrou que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) da Organização das Nações Unidas (ONU) já considerou ilegal a presença israelense nos territórios palestinos.
Palestinos sem apoio
O governo israelense informou que proibiu a UNRWA de atuar nesses locais, que acusa de “apoio ao terrorismo”. As autoridades de Tel Aviv afirmam ainda que não permitirão o retorno dos palestinos expulsos de suas casas.
“Não permitiremos o retorno dos moradores e não permitiremos que o terror retorne e floresça”, disse, nesse domingo, o ministro da Defesa, Israel Katz. O governo de Tel-Aviv alega que as ações são para combater o terrorismo.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, que controla parte da Cisjordânia, afirmou que Israel busca anexar os territórios palestinos.
“O Ministério vê esses acontecimentos — incluindo as declarações de Katz, o envio de tanques e a intimidação deliberada de civis indefesos — como uma grave escalada na Cisjordânia e uma tentativa flagrante de consolidar o genocídio e o deslocamento forçado contra nosso povo desarmado”, diz a representação palestina da Cisjordânia, que ainda pede que a comunidade internacional intervenha.
A remoção forçada de civis é considerada crime, segundo o direito internacional, conforme define a Convenção de Genebra. Também é considerada crime internacional a aquisição de territórios por meio da guerra, conforme estabelece a Resolução 242 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).
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Nota do autor: 'O Jesus histórico não é o Cristo da Fé. E não se deve confundir a sua busca com estudos relacionados à história da teologia, nem mesmo à reconstituição do cristianismo primitivo'