O extremista de direita Javier Milei (La Libertad Avanza) foi empossado, hoje, domingo (10), no cargo de presidente da Argentina. A solenidade começou no fim da manhã, com a chegada de Milei no Palácio do Congresso da Nação argentina, na capital Buenos Aires.
Antes de fazer o juramento que marca a transição, apoiadores de Milei gritavam no Congresso “liberdade, liberdade”, lema do presidente eleito durante a campanha. Pouco antes de 12h, o autodenominado ultraliberal pronunciou as palavras que o oficializaram como presidente argentino.
Também jurou o cargo a vice-presidente eleita, Victoria Villaruel. Não estava previsto discurso de Milei durante o ato, mas a vice-presidente fez uma breve declaração, ainda dentro do Congresso.
“Quero agradecer a cada um de vocês. É um momento que ficará para sempre em nossos corações”, disse.
Discurso antipolítica
Em palco montado fora do Congresso, Milei falou a apoiadores, expressando que era o momento de uma nova era para os argentinos. Rodeado de outros extremistas, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, e outros convidados, o presidente argentino prometeu prosperidade, crescimento, desenvolvimento, liberdade e progresso para a nação.
“Hoje, começa uma nova era na Argentina. Começamos o caminho da reconstrução do nosso país. Os argentinos, de maneira contundente, expressaram uma vontade de mudança que já não tem retorno. Não tem volta atrás. Hoje, começa uma nova era na Argentina, de paz e prosperidade, crescimento e desenvolvimento, liberdade e progresso”, afirmou.
“Durante décadas, nos enfrentamos em disputas internas. Em 1853, depois de 40 anos de declarada a independência, decidimos como povo abraçar as ideias da liberdade. Assim, se sancionou uma Constituição liberal”, continuou.
Após enaltecer o que chamou de ideiais de liberdade de idealizadores da Constituição argentina, Milei disse que “lamentavelmente” os dirigentes de então resolveram abandonar o modelo que fez o país ser rico para “abraçar as ideias empobrecedoras do coletivismo”.
“Durante mais de 100 anos, os políticos insistiram em defender um modelo que o único que gera é pobreza, estancamento e miséria. Um modelo que considera que os cidadãos devem servir a política, e não que a política existe para servir os cidadãos. Um modelo que considera que a tarefa de um político é dirigir a vida dos indivíduos em todos os âmbitos e esferas possíveis. Um modelo que considera o Estado como despojos de guerra, que devem ser repartidos pelos amigos. Senhores, esse modelo fracassou. Fracassou em todo o mundo, e em especial fracassou no nosso país.”
Ajuste de 5 pontos do PIB
Milei também aproveitou para adiantar expectativas sobre a economia. Segundo ele, a solução envolve, por um lado, fazer um “ajuste fiscal” no setor público nacional de cinco pontos do PIB (Produto Interno Bruto).
O direitista acrescentou que, diferentemente do passado, esse ajuste vai recair quase que totalmente sobre o Estado, e não sobre o setor privado”.
Sem perseguições
Em outro trecho do discurso, Milei disse que sua chegada ao poder não significa perseguição da classe política.
“Nosso projeto não é um projeto de poder. Nosso projeto é um projeto de país. Não pedimos acompanhamento cego, mas não vamos tolerar hipocrisia, desonestidade ou ambição de poder interfiram com a mudança que os argentinos elegemos. A todos os dirigentes políticos, sindicais e empresariais que queiram se somar à nova Argentina, os recebemos de braços abertos.”
A vitória de Milei
Milei, que se autodenomina um anarcocapitalista, venceu as eleições presidenciais no dia 20 de novembro, derrotando o então candidato peronista Sergio Massa, que reconheceu ter perdido a corrida pelo governo. Com pouco mais de 99% das urnas apuradas, o ultraliberal teve mais de 55% dos votos, enquanto Massa ficou com 44%.
Ao discursar após a vitória, Milei fez críticas ao antecessor e ainda presidente, Alberto Fernandéz. Milei fisse que Fernandéz deixava uma economia destruída, com hiperinflação, problemas no mercado e dívidas.
“Temos a determinação para ajustar as contas e consertar os problemas do Banco Central”, afirmou Milei. “Essa não é uma tarefa para covardes e corruptos”, completou. Coube a Alberto Fernandéz, neste domingo, transmitir a Milei o cargo de presidente.
Deixe um comentário