Dedico hoje o meu artigo à memória da professora doutora Joselina da Silva. Mulher negra, intelectual, ativista dos movimentos sociais, pertencentes às religiões de matrizes africanas, Jô foi, e sempre será, uma das maiores referências na luta do movimento negro por cidadania.
Em especial, sua luta se concentrou, durante boa parte do tempo que esteve conosco no Aiyé, na garantia dos direitos e emancipação das mulheres negras. Suas ações e atuações contribuíram de forma significativa para 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras e para a Associação Brasileira de Pesquisadores Negro/as.
Sua luta foi além dos muros da universidade. Dentro desses muros, apenas começou o debater sobre a invisibilidade dos corpos negros, as politicas de ações afirmativas, a importância das comunidades e das favelas e das religiões de matrizes africanas.
Doutora Joselina, feminista e antirracista, contribuiu assiduamente para que fossemos protagonistas das nossas próprias histórias. Assim, entre a década de 1980 a 1990, Joselina ajudou o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas -CEAP a elaboração de ações voltadas para mulheres.
Professora Joselina da Silva, minha irmã e parceira sempre será inspiração e um exemplo. Sua jornada foi um sopro da esperança divina diante dos nossos questionamentos. Ela nos ensinou com amor e ternura que a luta contra o racismo e intolerância precisa ser coletiva.
Como uma boa filha de Ogum, nunca deixou de lutar pelos seus ideias independente do contexto e das circunstâncias. O seu legado ultrapassou as barreiras nacionais e as barreiras linguísticas.
Joselina da Silva, sempre presente.
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