O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a condenação por danos morais do pastor Silas Malafaia em uma ação movida pela jornalista Vera Magalhães.
Em primeira instância, em outubro do ano passado, Malafaia foi ordenado a pagar uma indenização de R$ 15 mil por declarações feitas em redes sociais, alegando que a jornalista recebia R$ 500 mil por ano para criticar o então presidente Jair Bolsonaro.
2ª instância: recurso rejeitado
Já na segunda instância, em julgamento na terça-feira (30), rejeitou o recurso do pastor, mantendo a condenação.
Alvo das declarações do pastor, a jornalista é apresentadora do programa Roda Viva, na TV Cultura, e colunista da rádio CBN e do jornal O Globo.
O pastor havia afirmado, em seu perfil, que João Doria, governador de São Paulo na época, estaria financiando a jornalista, insinuando que isso motivava as críticas constantes ao presidente.
“Entendeu? [João] Doria começou a bancar a jornalista que ataca o presidente em todo o tempo”, afirmou.
Reprodução
Em respostas às acusações do pastor, segundo a Folha de S. Paulo, Vara Magalhães comprovou que tinha salário inferior ao mencionado por Malafaia, sendo paga pela Fundação Padre Anchieta, responsável pela gestão da TV Cultura.
Malafaia: defesa
A defesa do pastor Silas Malafaia solicitou a anulação da sentença, alegando a falta de designação de audiência de conciliação, porém, esse argumento não foi acatado pelo tribunal.
Além disso, durante o processo, a defesa alegou também que a informação foi baseada em um vídeo da Assembleia Legislativa de São Paulo, mas a correção foi feita quando ele percebeu o erro.
Desembargadora: declarações violaram honra da jornalista
Durante voto, a desembargadora Viviani Nicolau destacou que a conduta do pastor Silas Malafaia “extrapolou o limite do razoável e violou a honra e a reputação” da jornalista. As afirmações feitas por Malafaia não foram respaldadas por evidências nos autos do processo.
Viviani Nicolau ressaltou ainda o alcance considerável do pastor nas redes sociais, com mais de 1 milhão de seguidores, enfatizando a necessidade de reparação diante da ofensa proferida.
A Justiça, em 2022, já havia determinado que Malafaia retirasse oito publicações de suas redes sociais que tinham conteúdo difamatório em relação à jornalista. Além disso, ele foi instruído a se abster de divulgar ofensas e informações falsas sobre a profissional.
Relacionados
Otávio Mesquita processa humorista que o acusou de estupro: ‘me sinto ofendido’
Apresentador diz que episódio não teria passado de uma cena de humor e pede uma indenização de R$ 50 mil
Carta aberta aos pastores: Malafaia transformou o bolsonarismo em outro evangelho
Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (Gálatas 1.8)
Mourão critica Malafaia por chamar generais de frouxos em ato na Paulista: ‘Falastrão’
Jair Bolsonaro disse que concorda com as críticas feitas por Silas Malafaia aos generais
