Por Brasil de Fato
Kamala Harris nomeou o governador de Minnesota, Tim Walz, como seu companheiro de chapa nesta terça-feira (6), informou a imprensa dos Estados Unidos, enquanto a atual vice-presidente e candidata democrata se prepara para enfrentar o republicano Donald Trump nas eleições de novembro.
Walz traz uma perspectiva rural do meio-oeste para a campanha de Kamala, ao mesmo tempo que marca objetivos da política liberal, como a legalização da cannabis e o aumento das garantias aos trabalhadores.
Ex-professor do ensino médio e democrata do meio-oeste estadunidense, ele foi escolhido para completar a chapa presidencial recém-formada, de acordo com três pessoas que acompanharam o processo e falaram sob condição de anonimato ao Washington Post.
Walz está programado para aparecer com Kamala Harris nos próximos dias em cada um dos sete estados mais competitivos — Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Carolina do Norte, Geórgia, Arizona e Nevada.
Escolha da Kamala: quem é Tim Walz?
A escolha de Tim Walz, 60 anos, cria uma chapa que, segundo muitos democratas, seria politicamente benéfica para concorrer com o republicano Donald Trump. A vice-presidente Harris, 59 anos, que passou grande parte de sua carreira na Califórnia, escolheu em uma lista de finalistas composta por homens brancos que representaram áreas mais competitivas do país.
Veterano de guerra e caçador que passou a maior parte de sua vida na zona rural de Nebraska e Minnesota — ele é o primeiro candidato democrata à vice-presidência desde 1964 que não estudou direito.
Nascido e criado em West Point, Nebraska, uma pequena cidade rural, Walz se alistou na Guarda Nacional do Exército, após o ensino médio, onde serviu pelos 24 anos seguintes. Depois de perder o pai com câncer de pulmão aos 19 anos, se matriculou na Chadron State College, em Nebraska, e se formou como professor em 1989.
Em 1996 se mudou com a esposa, Gwen, para o estado natal dela, Minnesota e permaneceu como professor e técnico de futebol americano por quase uma década na Mankato West High School.
Ele decidiu se candidatar a um cargo público em 2004, após ser barrado, junto de um grupo de alunos, em um evento da campanha de George W. Bush, porque os organizadores descobriram que eles eram democratas.
Em 2006, Walz venceu a disputa para representar o 1º Distrito Congressional de Minnesota, ganhando uma cadeira republicana em uma região rural do estado.
No Congresso, apoiou fortemente os direitos às armas, o que lhe rendeu uma classificação A da National Rifle Association — posicionamento que mudou após cinco mandatos na Câmara e a vitória para governador de Minnesota, onde derrotou seu oponente republicano por mais de 10 pontos percentuais.
Nessa trajetória, Walz mudou de posição em vários temas importantes, inclusive sobre armas. Após o tiroteio de fevereiro de 2018 na Marjory Stoneman Douglas High School em Parkland, Flórida, ele disse que sua filha Hope, então com 17 anos, pediu que ele fizesse mais para evitar a violência com armas.
Na campanha para governador naquele ano, ele afirma ter doado todo o dinheiro que havia recebido da NRA para instituições de caridade e pressionou publicamente por verificações de antecedentes e pela eliminação de acordos de porte recíproco entre estados.
“Sei que a segurança básica das armas não é uma ameaça aos meus direitos. Trata-se de manter nossos filhos seguros”, disse Walz em julho deste ano sobre sua mudança de postura nessa questão. “Eu tinha uma classificação A da NRA. Agora, recebo notas “F”. E durmo muito bem”, disse, citado pelo Washington Post.
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