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Leite sugere adiar eleições: ‘Debate eleitoral pode dificultar recuperação do RS’

Governador reconhece que sistema antienchente de Porto Alegre falhou, mas não dá para apontar com precisão o motivo
20/05/2024 | 14h41

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), sugeriu o adiamento das eleições municipais de outubro nas cidades gaúchas. Segundo ele, o pleito pode atrapalhar a reconstrução do estado.

Em entrevista ao jornal O Globo, Leite afirmou que não se pode postergar muito o debate sobre um possível adiamento das eleições. Para o governador, é “pertinente” debater o tema antes do início das campanhas às prefeituras.

“Ainda é um pouco cedo, mas também não vai poder retardar muito essa discussão. Junho já é um momento pré-eleitoral e em julho se estabelecem as convenções. É um debate pertinente. O Estado estará em reconstrução, ainda em momentos incipientes, em que trocas de governos municipais podem atrapalhar esse processo. O próprio debate eleitoral pode acabar dificultando a recuperação”, comentou Leite.

Falha em sistema

O governador também reconheceu que o sistema antienchente de Porto Alegre falhou. Leite, porém, disse não ser possível saber se foi por falta de manutenção ou por não ter sido projetado para uma inundação tão intensa como a ocorrida na capital.

“Que o sistema falhou, está muito claro. Agora a questão é: foi falha de manutenção ou foi falha de concepção? Porque, de fato, é a primeira vez que ele é posto à prova nos seus pouco mais de 60 anos em uma crise de magnitude maior do que a enchente de 1941”, disse o governador.

Eduardo Leite também foi questionado sobre uma possível demora no pedido de evacuação de pessoas em áreas de risco. “Assim que tomei conhecimento do volume de chuvas no dia 29, fizemos os alertas. A Defesa Civil já tinha promovido o alerta às defesas civis municipais e os prefeitos foram avisados”, respondeu.

O presidente Lula com o governador Eduardo Leite e ministros no Rio Grande do Sul

Ministro Waldez Góes, Lula, Eduardo Leite e Paulo Pimenta após sobrevoo em Canoas. Foto: Ricardo Stuckert/ PR

Eduardo Leite e Paulo Pimenta

O governador do Rio Grande do Sul também comentou sobre a nomeação do ministro Paulo Pimenta (PT) para a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução. “A reconstrução é liderada e coordenada pelos próprios gaúchos que têm um governo constituído. O nome do ministério é Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução. Se (o órgão) se propõe a ser apoio à reconstrução, é muito bem-vindo”, disse.

“O presidente tem a legitimidade para poder apresentar o nome que ele entenda pertinente. Da minha parte, busquei um perfil técnico para a minha secretaria de reconstrução recém-criada”, completou.

Legislação Ambiental

Leite também foi questionado sobre as críticas que vem recebendo após uma série de mudanças em legislações locais sobre o meio ambiente. “É o que tentam criar por conta das disputas políticas e das narrativas. De maneira nenhuma há qualquer tipo de ação do governo que tolere a degradação ambiental em favor de promover o crescimento econômico”.

Uma dessas legislações deu autorização para construção de barragens em áreas de preservação. “Isso é permitido no Brasil todo desde que não haja a possibilidade de fazer o barramento de outra forma. A legislação federal estabelece essa possibilidade para a geração de energia elétrica e para consumo humano. Uma prova disso é a autorização da União para a usina de Belo Monte”, justificou Leite.

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