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Levante Popular da Juventude promove escracho a golpistas do 8/1

Para marcar 60 anos do golpe de 1964, manifestantes protestaram em frente a residências de políticos e personalidades
01/04/2024 | 18h30

O movimento Levante Popular da Juventude realizou nesta segunda-feira (1º) escrachos em nove estados brasileiros para marcar os 60 anos do golpe militar de 1964 e denunciar a tentativa golpista do 8 de janeiro de 2023. Os protestos foram direcionados a políticos e personalidades de extrema-direita que estiveram envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes.

Denúncia contra golpistas

Com o mote “AQUI MORA UM GOLPISTA: POR VERDADE, MEMÓRIA E JUSTIÇA”, o movimento levou cartazes com os rostos dos denunciados e reproduções da Constituição Federal manchadas de tinta vermelha.

Manifestações no Brasil marcaram os principais estados denunciando golpistas que atuaram no golpe do 8/01

Manifestações no Brasil marcaram os principais estados denunciando golpistas que atuaram no golpe do 8/1. Foto: Divulgação

Adesão em 9 estados

As ações simultâneas de denúncias, conhecidas como escrachos, ocorreram em diversos lugares pelo Brasil, como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Roraima, Amapá, Mato Grosso e no Distrito Federal.

Júlia Aguiar, da Coordenação Nacional do Levante, destacou a importância de combater as tentativas de golpe contra a democracia brasileira, relacionando a semelhança do Golpe Militar de 1964 com a tentativa golpista do 8/1.

“A democracia brasileira sofreu constantes ataques ao longo da história do nosso país. Constantemente as elites, que detém poder político e econômico, tentam impedir que o povo brasileiro decida seus próprios rumos. Muitas vezes, com influência dos poderosos de outros países. Foi assim com o Golpe Militar de 1964 e foi assim em janeiro de 2023: quando sentem que seus projetos são ameaçados, tentam um golpe, às custas do futuro dos trabalhadores e das trabalhadoras do país”, explicou.

Daiane Araújo, também membro da Coordenação Nacional, reiterou o compromisso do movimento em pressionar por investigações e impedir a anistia dos envolvidos.

“Estamos mais uma vez na porta de quem ataca a democracia, ataca nosso direito de ter voz, ataca os direitos humanos fundamentais. A juventude sabe o quão caro é nosso direito à voz, a tomar decisões. Não assistimos e nem assistiremos calados e caladas a tentativa de vender nosso país. Está na prioridade do dia, para quem defende a democracia, combater as ideias da extrema-direita que tenta acabar com ela, o Levante Popular da Juventude seguirá sendo essa ferramenta de organização da indignação da juventude contra as injustiças e desigualdades”, afirmou.

Lista com golpistas e motivos

  • Eduardo Bolsonaro (PL–SP) — Filho de Bolsonaro, divulgou os atos golpistas e as publicações do pai em suas redes. Eduardo é sócio de empresário financiador da tentativa de golpe em 8 de janeiro.
  • Marcelo Álvaro Antônio (PL–MG) — Deslegitimação das urnas eletrônicas e do resultado das eleições, usou as redes para mobilizar os atos golpistas e protegeu, na Câmara, os golpistas que foram às ruas no 08 de janeiro.
  • Pedro Lupion (PP–PR) — Líder da bancada ruralista no congresso, defendeu os atos golpistas do 8 de janeiro.
  • Anderson Torres (PL–DF) — Ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, foi responsável pela redação da minuta do Golpe. Então secretário de justiça do GDF foi conivente com os atos terroristas e omisso com a proteção das praça dos três poderes no dia 08 de janeiro de 2023.
  • André Fernandes (PL–CE) — Ajudou na mobilização para os atos golpistas via redes sociais, além de divulgar vídeos das ações de vandalismo ridicularizando o STF.
  • Clarissa Tércio (PP–PE) — Incitou, divulgou e defendeu em suas redes sociais os atos golpistas.
  • Nicoletti (União–RR) — Defendeu os atos golpistas e culpou o Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, pelos atos violentos.
  • Silvia Waiãpi (PL–AP) — Defendeu os atos golpistas, divulgou em suas redes e culpou o Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, pelos atos violentos.
  • Antônio Galvan (MT) — Milionário, amigo de Bolsonaro, presidente da Aprosoja e financiador da tentativa de golpe de 8 de janeiro. Galvan é coordenador do Movimento Verde e Amarelo (MVMA), protagonista das mobilizações que levaram aos atos golpistas, atuante na promoção de eventos que defendem, abertamente, a intervenção militar.

Atuação Nacional

O Levante Popular da Juventude é um movimento nacional organizado por jovens e está presente em todos os estados do Brasil, tanto em áreas urbanas quanto rurais.

Com o objetivo é mobilizar os jovens para discutir questões sociais e contribuir para a organização popular, o movimento atua desde 2012 e realiza ações de escrachos contra torturadores da ditadura militar como forma de protesto e denúncia visual e sonora.

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