Por Chico Alves
Uma das categorias que mais apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro e participou de protestos golpistas, os caminhoneiros não deverão comparecer em peso à manifestação convidada para o dia 25, na avenida Paulista. A avaliação é de Wallace Landim, conhecido como Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava).
“Uma grande parcela dos caminhoneiros ainda apoia Bolsonaro, mas não vejo mobilização em massa”, observou Chorão ao ICL Notícias. “A gestão do ex-presidente foi muito ruim para os motoristas de caminhão”.
O líder da Abrava também não acredita que haja paralisação da categoria, como dizem os bolsonaristas nos vídeos de convocação nas redes sociais. Para ele, os motoristas não querem se vincular a um movimento político nesse momento. Mas faz uma ressalva: o engajamento dos empresários.
“Em muitos atos dos bolsonaristas, 95% dos caminhões que participaram eram de empresa. Então, estamos falando de celetista, de funcionários que fazem o que o patrão manda”, explica Chorão, expondo que os que poderão se mobilizar no dia 25 não serão os motoristas, mas as empresas…
O líder caminhoneiro avalia que a gestão de Bolsonaro foi negativa para os motoristas, já que muitas promessas de campanha não foram cumpridas.
“A gente ficou com o preço do diesel muito alto”, recorda. Cita também outras questões, como não ter modernizado o trâmite burocrático para o transporte de cargas.
Chorão acha que o atual governo também deixa a desejar, mas reconhece avanços. “A gente vê um ponto positivo referente à questão do fim do preço de paridade de importação, que foi um uma promessa de campanha cumprida. Vejo isso com bons olhos”, diz.
“Mas vários problemas do transporte rodoviário, principalmente para os autônomos, continuam do mesmo jeito. Estamos procurando ali um diálogo muito próximo com Renan Filho, ministro do Transporte, e com a Casa Civil pra que a gente ver se a gente consegue destravar o que ficou travado no governo do ex-presidente Bolsonaro”.
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