Por Bruno Luca
(Folhapress) — Renan Santos, líder do MBL (Movimento Brasil Livre), disse que a polícia deveria ter permissão para “caçar, prender e, caso houver resistência, levar a óbito” criminosos. Ele fazia um discurso sobre a necessidade de uma guerra do Estado contra facções, num evento na Câmara de São Paulo, na noite desta segunda-feira (13).
“Do que adianta a gente ter uma legislação em que eles são presos e depois soltos? (…) Os nossos amigos [criminosos] sabem que é uma guerra, eles se preparam. Eles têm armas, eles nos enfrentam nas ruas”, declarou Santos.
Citando o Instituto Sou da Paz, organização fundada em 1999 e cujo objetivo é contribuir para a efetivação de políticas públicas de segurança e prevenção da violência, Santos, que tenta fundar seu próprio partido, acrescentou:
“Eu não quero paz, eu quero uma guerra”, afirmou líder do MBL

Prefeito Ricardo Nunes (Foto: Reprodução)
Nunes criticou corregedoria das polícias
O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB) também esteve no evento, o lançamento de um pacto anti- criminalidade assinado por políticos de direita.
Nunes fez críticas às corregedorias das polícias, responsável por investigar excessos nas corporações. Nunes afirmou que ninguém defende excessos, mas fazer o patrulhamento da atividade policial não é benéfico “ou não vamos ter policiais com coragem para sair na rua e enfrentar a criminalidade”.
O segundo mandato do prefeito tem apresentado foco em temas ligados à segurança pública, com vários anúncios da gestão municipal e com a participação de Nunes em eventos. A estratégia passou a ser vista por aliados e opositores como investimento para 2026, para uma eventual candidatura ao Governo de São Paulo.
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