O ex-deputado federal Nilmário Miranda vai lançar na próxima segunda-feira (29), no Museu Abílio Barreto, em Belo Horizonte–MG, o livro “Por trás das chamas — da Casa da Morte aos fornos da Cambahyba: práticas nazistas da ditadura e outros relatos sobre Memória, Verdade e Justiça”.
Escrito em parceria com Carlos Tibúrcio e Pedro Tierra, a obra narra as histórias de vítimas da ditadura militar que foram torturadas e assassinadas na Casa da Morte, em Petrópolis–RJ. Posteriormente, elas tiveram seus restos mortais incinerados nos fornos da Usina de Açúcar Cambahyba, em Campos dos Goytacazes–RJ — na época, a propriedade pertencia ao vice-governador Heli Ribeiro Gomes.
Entre as histórias do livro, as de Fernando Santa Cruz e Eduardo Collier, dois líderes estudantis e amigos de infância, que militavam na Ação Popular Marxista-Leninista (APML). A dupla foi sequestrada por agentes da ditadura, no Carnaval de 1974, no Rio de Janeiro.
A obra também inclui relatos de João Massena Filho e Luiz Ignácio Maranhão Filho, integrantes do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que também foram capturados pela repressão em 1974, na cidade de São Paulo, em ação que fez parte da chamada ‘Operação Radar’.

Casa da Morte, em Petrópolis: centro de tortura. Foto: Reprodução
Livro: resgate
Para Nilmário Miranda, o livro é leitura recomendada a todos, sobretudo às gerações que vieram depois daquele período, mais especificamente a juventude atual, que desconhece grande parte desses acontecimentos.
“Esse conhecimento é cada vez mais necessário e imprescindível, visto que os mais recentes movimentos de extrema direita e neofascistas, não somente no Brasil, disseminam cada vez mais informações falsas e valores ideológicos antidemocráticos, altamente nocivos à democracia brasileira”, diz Miranda.
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