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Lula fala sobre operação da PF e deseja que Bolsonaro tenha ‘presunção de inocência’

O presidente afirmou que os financiadores dos acampamentos precisam ser investigados
08/02/2024 | 12h37

Após operação da PF, na manhã de hoje (8), que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados militares e civis, o presidente Lula (PT), em entrevista à Rádio Itatiaia transmitida em suas redes sociais, disse esperar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha a presunção de inocência que ele não teve.

“Eu quero que o ‘seu’ Bolsonaro tenha a presunção de inocência que eu não tive. Quero que seja investigado e seja apurado e quem tiver responsabilidade, que pague pelos seus erros”, comentou Lula.

Na declaração, Lula ressaltou, ainda, que por se tratar de uma investigação sigilosa da Polícia Federal, não cabe ao presidente da República “dar palpite” sobre a operação. O presidente afirmou que os financiadores dos acampamentos precisam ser investigados.

“Obviamente que tem muita gente envolvida, eu acho que tem muita gente que vai ser investigada porque o dado concreto é que houve uma tentativa de golpe, houve uma política de desrespeito à democracia, de destruir uma coisa que nós construímos há tantos anos, que é o processo democrático. Essa gente tem que ser investigada, nós queremos saber quem pagou e financiou aqueles acampamentos para que a gente nunca mais permita que aconteça o fato que aconteceu no dia 8 de janeiro”, disse Lula.

Lula afirmou que deseja que as investigações e ações da PF sobre os atos golpistas de 8 de janeiros sejam realizadas do jeito “mais democrático possível”.

“Eu espero que a Polícia Federal faça a coisa do jeito mais democrático possível, que não haja nenhum abuso, que faça aquilo que a Justiça determinou que faça e depois, apresente para a sociedade o resultado daquilo que eles encontraram”, afirmou.

A declaração do presidente também foi publicada em seu perfil na plataforma “X”, antigo Twitter.

OPERAÇÃO

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (8) uma megaoperação em dez unidades da federação que atinge o núcleo político do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dois ex-auxiliares de Bolsonaro foram presos: Filipe Martins, que foi assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, e o ex-ajudante de ordens coronel Marcelo Câmara. O ex-presidente terá que entregar seu passaporte em 24 horas e está impedido de se comunicar com os outros investigados, mesmo que por meio de advogados.

Já foram apreendidos os passaportes dos ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, que sofreram busca e apreensão em suas casas. Também são alvos o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A PF também esteve na sede do PL.

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