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A fala do presidente Lula condenando o genocídio de Israel contra palestinos provocou reações da direita e da esquerda no mundo todo. Na rede social X a expressão “Lula está certo” entrou nos assuntos do momento, e muitos lembram que Israel comete sucessivos crimes de guerra na Faixa de Gaza, como ataques a clínicas e hospitais.

O presidente Lula foi acusado de antissemitismo pela direita — Netanyahu, que já matou quase 30 mil e feriu 70 mil palestinos, chegou a dizer que Lula “deveria ter vergonha de si mesmo” — por ter falado que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”.

Políticos aliados contextualizaram as declarações do presidente. A deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, disse que o povo palestino está sendo vítima de uma política de extermínio:

“As palavras do presidente Lula sobre o extermínio da população de Gaza foram claramente dirigidas ao governo de extrema-direita de Israel, e não aos judeus, ao povo israelense, como tenta manipular Netanyahu. Nada é tão cruel quanto o que vem sofrendo o povo palestino, vítima de uma política de extermínio orientada pelo preconceito e pelo ódio. O governo de extrema-direita de Israel está levando o país ao isolamento internacional e tem recebido a repulsa da civilização. Deveriam se envergonhar de seus crimes contra a humanidade. Parem com o massacre! Sentem-se à mesa para construir a paz, respeitando o direito de todos os povos à soberania e à justiça.”

 

Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, afirmou que “as palavras do presidente Lula sempre foram pela paz”:

“O ministro da defesa de Israel divulga uma fake news. O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terroristas do Hamas em todos os fóruns. Nossa solidariedade é com a população civil de Gaza, que está sofrendo por atos que não cometeram. Já são mais de 10 mil crianças mortas em Gaza. O número de mortos em Gaza está próximo de 30 mil pessoas e, 70% destas mortes, são de mulheres. Ainda, existem cerca de 10 mil pessoas desaparecidas sob os escombros. Em torno de 1,7 milhão de Palestinos não têm acesso a água potável, comidas e remédios. A comunidade internacional não pode calar diante do massacre de um povo que não pode sofrer um extermínio pelos crimes cometidos por um grupo que deve ser punido pelo que fez. As palavras do presidente Lula sempre foram pela paz e para fortalecer o sentimento de solidariedade entre os povos!”

O deputado federal André Janones (Avante–MG) também apoiou o presidente:

“Engraçado que a fala do presidente Lula causou mais indignação em muita gente do que o fato de milhares de inocentes, inclusive crianças, estarem sendo assassinadas.”

Erika Hilton, deputada federal pelo PSOL–SP, também concorda com o posicionamento do presidente:

“O Presidente Lula está correto em seu posicionamento sobre a situação da Palestina. Condenou os ataques do Hamas e denunciou o que Israel está fazendo em Gaza, durante coletiva de imprensa na Etiópia, em meio a uma série de visitas oficiais ao continente Africano. Ataques militares contra mulheres e crianças desarmadas não podem ser chamados de conflito ou guerra. E suscitarão analogias históricas que podem sim ser chocantes para o Estado de Israel. Mas se sentir ofendido não diminui a gravidade dos seus atos absolutamente desproporcionais e criminosos. Não só Lula fez um discurso correto, mas também o Brasil continua sua gigante tradição diplomática de preferência aos mecanismos internacionais, apoiando a denúncia de genocídio contra os Palestinos cometido pelo Estado de Israel feita pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça em Haia. Denúncia essa que, sob todo o escrutínio de juristas e especialistas do mundo todo, teve o pedido de arquivamento feito pelo Estado de Israel negado. Que Lula e o Brasil continuem trabalhando pela paz, pelo cessar fogo imediato, pela diplomacia, uma opção por salvar vidas.”

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