Por Matheus Tupina
(Folhapress) – Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (26) reforça a série de más notícias envolvendo a avaliação de governo e a projeção de Lula (PT) para as eleições de 2026.
Desaprovação do governo Lula ultrapassa 60% em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. A aprovação cai 18 pontos percentuais na Bahia e 17 em Pernambuco, e é superada numericamente pela desaprovação pela primeira vez
O levantamento mostra um aumento nas opiniões negativas sobre seu terceiro mandato em oito estados pesquisados, inclusive em dois do Nordeste — Bahia e Pernambuco — onde as considerações negativas estão em alta e as positivas em queda.
Esses dois estados, inclusive, são os únicos em que o mandatário aparece na frente de Jair Bolsonaro (PL) na disputa para a Presidência em 2026, quando o petista deve buscar a reeleição. O ex-presidente, porém, está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030.
Essa pesquisa de agora, realizada em oito estados, não é comparável com levantamentos nacionais anteriores da Quaest. O último com essa abrangência, do final de janeiro, havia mostrado a avaliação negativa do governo superando a positiva pela primeira vez na série histórica.
Na pesquisa de agora, em São Paulo, por exemplo, Lula marcou 55% de avaliações negativas, contra apenas 16% de positivas e 27% de regulares, com 2% que não sabem ou não quiseram responder. Quadro semelhante é encontrado nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Em terras mineiras, essenciais para a vitória do petista em 2022, são 51% com opiniões negativas ao atual governo federal, ante 22% positivas e 25% regulares.
Os maiores números de considerações reprovando o trabalho do presidente estão no Paraná e em Goiás, com 59% e 58%, respectivamente.

Lula anuncia medidas para indústria naval em Angra dos Reis, Rio de Janeiro (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Nordeste ainda lidera avaliação positiva
Já a maior avaliação positiva está em Pernambuco, com 33%, seguida pela Bahia, com 30%. No caso do primeiro, o número ainda está na margem de erro em relação às opiniões negativas, que marcam 37%. Já no segundo, são 38% de opiniões negativas, acima das positivas.
A pesquisa foi realizada presencialmente nos oito estados com eleitores de 16 anos ou mais da última quarta-feira (19) até o domingo (23). Foram entrevistadas entre 1.104 e 1.482 pessoas na Bahia, em Goiás, em Minas Gerais, no Paraná, em Pernambuco, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
As margens de erro são de três pontos percentuais para todos, exceto para os paulistas, onde é de dois pontos.
Os cenários pesquisados para a eleição presidencial de 2026 também não se mostram animadores para o petista. Contra Bolsonaro, em um cenário hipotético de segundo turno devido à sua inelegibilidade, Lula tem vantagem apenas nos dois estados do Nordeste.
Em São Paulo, o ex-presidente larga à frente com 45% das intenções, ante 36% do atual mandatário. Em Goiás, a diferença é ainda maior, com 50% a 30%, assim como no Paraná, com 51% a 30% em favor do ex-chefe do Executivo.
São registrados empates técnicos em Minas (42% de Bolsonaro contra 40% de Lula) e no Rio (ambos com 41%), e uma ligeira liderança de Bolsonaro no Rio Grande do Sul (44% a 38%).
Contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), o cenário mais provável diante da inelegibilidade de Bolsonaro, a situação é parecida: Lula perde em São Paulo, em Goiás e no Paraná, vence na Bahia e em Pernambuco e empata tecnicamente em Minas, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
A rejeição do petista complica em alguns estados sua eventual candidatura. Em terras paulistas, Lula é rejeitado por 66% dos eleitores. Número parecido é encontrado em Minas (62%), no Paraná (68%) e no Rio (58%).
Bahia e Pernambuco seguem os dois estados pesquisados onde o presidente ainda tem bons números: 59% e 58% de eleitores, respectivamente, afirmam que o conhecem e votariam nele.
O levantamento da Quaest é financiado pela corretora de investimentos digital Genial Investimentos, controlada pelo banco Genial.
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