Para conhecermos ainda mais da história e trajetória do grande ativista negro, o Instituto Conhecimento Liberta vai exibir aula gratuita com Abdur-Rahman Muhammad, acadêmico independente baseado em Washington, DC. Ele é historiador, jornalista, escritor e ativista, amplamente considerado como uma das autoridades mais respeitadas na vida e no legado do líder negro da era dos direitos civis, Malcolm X.
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Por Isabela Alves – Observatório do Terceiro Setor
Malcolm X foi um dos mais conhecidos líderes na luta pelos direitos da população negra dos Estados Unidos.
Nascido em 19 de maio de 1925, em Nebraska (EUA), e registrado como Malcolm Little, desde pequeno ele sofreu com os horrores do racismo.
Filho de Earl Little e Louise Helen Norton Little, quando Malcolm tinha apenas um ano de idade sua família foi obrigada a se mudar, porque membros da Ku Klux Klan haviam colocado fogo na sua casa. O atentado ocorreu em represália a Earl, que havia se posicionado a favor dos direitos dos negros.
Eles se mudaram para Wisconsin e, três anos depois, mudaram-se novamente, desta vez para uma fazenda em Michigan. Os vizinhos, que eram todos brancos, não aceitaram que eles morassem ali e colocaram fogo na sua casa novamente após a família se negar a fazer a mudança.
A rixa só acabou em setembro de 1931, após o corpo do pai de Malcolm ter sido encontrado mutilado nos trilhos de uma estrada de ferro. A polícia não investigou o caso e concluiu que Earl havia se suicidado.
Sua mãe, na época com 34 anos, teve que assumir sozinha o sustento de oito filhos. Por conta do desemprego e dos colapsos nervosos, Louisa não conseguia parar em um emprego e a família chegou a passar por muitas necessidades. A assistência social então tomou seus filhos, encaminhou-os para lares adotivos e internaram Louisa em um hospital para doentes mentais, de onde só sairia 26 anos depois.
Ainda criança, Malcolm testemunhou a sua família ser separada. Ele ficou sob a guarda de um casal de brancos, os Swerlin, num lar de detenção juvenil até os 15 anos. Depois, ele saiu de casa e foi morar em Boston com sua meia-irmã Ella.
Vivendo de bicos, logo ele conheceu os bares do Harlem (bairro de Nova York) e começou a conviver com os criminosos do local e prostitutas. Malcolm não aceitava a sua identidade negra e frequentemente alisava os seus cabelos, o que lhe rendeu o apelido de Red.
Aos 17 anos, entrou para o mundo do crime no tráfico de drogas, roubos e jogos. Foi detido duas vezes em Nova York e, quando foi solto, montou uma gangue para assaltar casas. Ele acabou sendo preso novamente e desta vez foi condenado a dez anos de prisão.
Foi neste ambiente que ele ouviu sobre a Nação do Islã, um grupo político e religioso islâmico, que pregava o orgulho negro, mas também o segregacionismo, que seria uma sociedade onde brancos e negros vivem separados.
No dia 7 de agosto de 1952, após seis anos e meio na prisão, Malcolm estava livre novamente e um mês depois foi aceito pela Nação do Islã. Nessa época, ele passou a se apresentar sem o sobrenome “Little”, pois para ele aquele era um nome de escravos e adotou o “X” para simbolizar sua identidade desconhecida.
Ao sair da cadeia, Malcolm viu os Estados Unidos vivendo uma das suas épocas mais conturbadas. Com o ‘Movimento pelos Direitos Civis’, a população negra passou a protestar contra a segregação racial. No entanto, não foi uma luta pacífica, pois muitos policiais e tribunais não queriam aceitar as mudanças sociais. Muitas pessoas negras acabaram sendo vítimas da violência policial, chegando até a serem mortas.
Malcolm X, que já convivia com esse tipo de violência desde a infância, adotou o discurso de que era necessário agir contra os brancos opressores. Ele se destacou pelas suas falas como ativista, e também na Nação do Islã, já que além de comandar a construção de diversos templos, ele assumiu o posto de porta-voz da instituição.
Ele se casou aos 32 anos com Betty X, uma frequentadora de um templo do Harlem. Com o crescimento da sua popularidade, Malcolm X começou a questionar os líderes da Nação do Islã e o seu relacionamento com a organização passou a ficar cada vez mais delicado. Em março de 1964, ele deixou o grupo político e religioso.
No mês seguinte, viajou para a Arábia Saudita com o objetivo de se tornar um muçulmano autêntico. Lá ele percebeu que os males dos negros não eram totalmente culpa do homem branco, e sim do imperialismo, sistema político e econômico que permitia que negros pobres fossem explorados por negros ricos.
Na volta para os Estados Unidos, ele passou a se chamar de El-Hajj Malik El-Shabazz. Em poucos dias, sua casa foi incendiada e sua esposa havia recebido várias ameaças de morte por telefone. Agora El-Hajj, acusou a Nação do Islã pelo atentado.
Uma semana depois, ao fazer um discurso no Harlem, ele foi assassinado com 14 tiros diante da plateia, que incluía a sua esposa e três das suas quatro filhas. Três homens ligados à organização da qual El-Hajj foi líder durante anos foram presos, mas até hoje não ficou esclarecido quem planejou o crime. Ele morreu no dia 21 de fevereiro de 1965, aos 39 anos.
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