Manifestação realizada por centenas de professores da rede municipal do Rio de Janeiro à frente da Câmara Municipal foi atacada nesta terça-feira (03) por policiais militares, que usaram bombas de gás e spray de pimenta. Alguns profissionais da educação foram feridos por balas de borracha, pelas bombas ou passaram mal com a fumaça.
O objetivo da manifestação dos professores era pressionar para que não fosse votado o Projeto de Lei Complementar 186/24, que corta benefícios e piora as condições de trabalho da categoria. Uma das propostas é que seja aumentada a carga horária dos professores, que seja extinta a licença especial e que seja modificado o período de férias, entre outros pontos. Apesar dos protestos, o projeto acabou tendo uma primeira votação.
Na última sexta-feira (29), os professores decidiram manter a greve e a mobilização contra o projeto de lei que foi apelidado de “pacote de maldades”.
Os profissionais da Educação se reuniram na Candelária e marcharam até a porta do legislativo municipal.
No meio da tarde, bombas de gás foram lançadas do lado de fora do prédio. Houve correria, e seguranças da Câmara foram acionados. Alguns professores conseguiram entrar e se manifestaram no plenário contra a presença de possíveis agentes da PM que trabalham sem farda.
Segundo funcionários da Câmara, o combinado era que os professores entrassem um a um, até o limite de pessoas nas galerias. Mas, nesse momento, um grupo de professores tentou forçar a entrada, e a PM atuou com bombas de gás e spray de pimenta.
A vereadora Thais Ferreira (PSOL) testemunhou que professores foram agredidos pela PM do lado de fora.
“Os educadores estão sob bomba, recebendo uma chuva de gás de pimenta e até mesmo balas de borracha. Tem professor que foi ferido!”, lamentou o deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ), que apoia a reivindicação dos professores. “A polícia está cercando todos os acessos da Câmara para que o Pacote de Maldades do Eduardo Paes contra a educação seja votado, justamente como vimos em 2013 na votação do plano de cargos e salários, sob o mesmo comando do Eduardo Paes”.
Na segunda-feira (25), uma outra manifestação dos professores foi reprimida pela PM.
Motta estabeleceu uma sala de situação criada pela Justiça Global e pela Fundação Ômega, e recebeu vários vídeos e fotos da repressão aos professores.
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