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Fila de argentinos ocupa 30 quarteirões após ministra dizer que receberia famintos

Organizadores reclamam da falta de ajuda do governo para atender à demanda dos restaurantes populares
06/02/2024 | 16h36

Milhares de argentinos formaram uma fila que se estendeu por mais de 30 quarteirões em Buenos Aires, na segunda-feira (5). A multidão se reuniu após declaração da ministra argentina Sandra Pettovello, que prometeu atender pessoalmente todos que passam fome no país.

Na semana passada, enquanto o presidente Javier Milei negociava com o Congresso a aprovação da “Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos” — mais conhecida como “Lei Ómnibus” —, grupos foram até o Ministério do Capital Humano para denunciar a redução de assistência alimentar.

A ministra havia dito: “É assim que vou fazer. Vocês estão com fome? Venham um por um, vou anotar seu número de identificação, seu nome, de onde vocês são e vocês receberão ajuda individualmente”. Em resposta, centenas de pessoas participaram da “fila contra a fome”, carregando cartazes com mensagens como “temos fome” e “com a fome do povo não se negocia”.

Apesar da mobilização pacífica, a ministra não recebeu os manifestantes, segundo o porta-voz da Presidência. Os organizadores reclamam da falta de ajuda do governo para atender à demanda dos restaurantes populares. O episódio resultou em uma denúncia criminal contra Pettovello por não ter fornecido alimentos às cantinas de bairros e comunidades, violando normas de assistência aos que sofrem com a pobreza extrema.


Após três dias de debates, o projeto da “Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos” foi aprovado semana passada por 144 votos a 109 — eram necessários 129 votos favoráveis.

Na próxima terça-feira (13), detalhes sobre os artigos serão discutidos pelos parlamentares. Depois disso, o conjunto de 360 artigos propostos segue para votação no Senado.

Apesar de ser uma clara vitória de Milei, cujo partido La Libertad Avanza está longe de ter maioria no Congresso — o partido tem 15% dos assentos nas duas casas legislativas —, seu governo teve que fazer várias concessões para ver o projeto aprovado. Originalmente, eram 660 artigos.

 

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