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Mansão da ex de Bolsonaro: dinheiro da venda tem que ficar no país se houve crime, diz jurista

Se dinheiro for remetido ao estrangeiro, autoridades podem não reaver os valores, diz Fernando Fernandes
21/01/2024 | 07h59

Sobre a venda da mansão de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o jurista Fernando Fernandes avalia que, se comprovado o crime de lavagem de dinheiro, cabe ao Ministério Público ou à polícia garantirem a “cautelaridade” do valor pago pela casa. Isto é, que o dinheiro pago permaneça no país.

Como revelou com exclusividade a jornalista Juliana Dal Piva, do ICL Notícias, em junho de 2023 a advogada Ana Cristina Valle vendeu a mansão em que vivia em Brasília, avaliada em R$ 3 milhões. O negócio foi fechado apesar de a compra do imóvel por Ana Cristina estar sendo investigada. A advogada declarou ter pago uma quantia bem abaixo do valor real do imóvel.

“O crime que está se investigando é lavagem de dinheiro em relação à compra do imóvel. Portanto, a venda do imóvel não atrapalha a investigação. O fato é passado. O que é necessario checar é o seguinte: se o valor de compra do imóvel pode ser fruto de crime, o que é preciso verificar é a cautelaridade do valor. Ou seja, se o MP (Ministério Público) ou a polícia vão requerer ao juízo que o valor do pagamento dessa casa seja sequestrado e não seja remetido para fora do país”, afirmou Fernandes.

Para o jurista, se o dinheiro for remetido ao estrangeiro, pode ser que as autoridades não consigam reaver os valores.

O CASO

Comprada em 2021 com uma pessoa usada como laranja na negociação, a mansão de Ana Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi vendida em junho do ano passado. A informação foi dada pelo novo proprietário, que falou com exclusividade com a colunista ICL Notícias, mas pediu anonimato.

Ele contou que comprou a mansão, que fica no Lago Sul de Brasília, do corretor Geraldo Machado. No entanto, não quis mencionar os valores negociados. Admitiu apenas que assumiu o valor que tinha sido financiado junto ao BRB.

Ao se candidatar a deputada distrital no Distrito Federal, em 2022, Ana Cristina declarou à Justiça Eleitoral ser a proprietária da mansão no Lago Sul, avaliada em cerca de R$ 3 milhões. De acordo com a matrícula do imóvel, checada pela coluna nesta semana, porém, o imóvel ainda está registrado no nome de Machado.

À coluna, o novo proprietário afirmou que o processo de transferência do imóvel para o seu nome está em andamento.

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