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A Inteligência Artificial (IA) tem sido uma das ferramentas-chave no tratamento do Parkinson que, juntamente a um marcapasso cerebral, tem mostrado resultados animadores no tratamento de problemas de movimento e insônia em pessoas com a doença, segundo relatam pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco em seu artigo, publicado nesta terça-feira (20) na revista científica Nature Medicine.

O marcapasso funciona aliado à um abordagem de estimulação cerebral profunda adaptativa (ou aDBS) usando IA. De acordo com os pesquisadores, esse novo dispositivo foi capaz de reduzir em até 50% os sintomas dos pacientes que participaram da pesquisa.

O marcapasso monitora as atividades cerebrais dos pacientes, utilizando métodos derivados da IA, que busca qualquer tipo de mudança nos sintomas da doença. Graças ao dispositivo de feedback contínuo, é possível reduzir os sintomas assim que eles são detectados. A IA permite que sejam feitas as estimulações diárias necessárias para facilitar a rotina das pessoas com Parkinson.

Representação do funcionamento do dispositivo (Foto: Reprodução/Phillp Starr Lab)

Na pesquisa, a tecnologia também foi comparada com um implante cerebral conhecido como constante (ou cDBS). O estudo conduziu um ensaio clínico com 4 pessoas, no qual foi avaliado o funcionamento da abordagem durante a rotina do paciente.

“Tem havido muito interesse em melhorar a terapia DBS tornando-a adaptável e autorregulada, mas só recentemente as ferramentas e métodos certos ficaram disponíveis para permitir que as pessoas a utilizem a longo prazo em suas casas”, disse Philip Starr, professor de Cirurgia Neurológica da cátedra Dolores Cakebread, codiretor da Clínica de Distúrbios do Movimento e Neuromodulação da UCSF e um dos principais autores do estudo, em comunicado.

Segundo a publicação do início do ano, essa nova tecnologia tem o potencial de aliviar a insônia sofrida por pessoas com Parkinson.

“A grande mudança que fizemos com o DBS adaptativo é que conseguimos detectar, em tempo real, onde um paciente está no espectro de sintomas e combiná-lo com a quantidade exata de estimulação de que ele precisa”, disse Little, professor associado de neurologia e autor sênior de ambos os estudos. Tanto Little quanto Starr são membros do Instituto Weill de Neurociências da UCSF.

Prós e contras do marcapasso

Apesar da quantidade de medicação necessária e as oscilações nos sintomas serem reduzidas, o dispositivo ainda apresenta pontos que podem ser aperfeiçoados, como a taxa de compensação que a tecnologia apresenta. Por vezes, o dispositivo compensa demais ou de menos, o que acaba fazendo com que os sintomas oscilem de um extremo ao outro durante o dia.

“Vemos que isso tem um impacto profundo nos pacientes, com potencial não apenas no Parkinson, mas provavelmente também para condições psiquiátricas como depressão e transtorno obsessivo-compulsivo. Estamos no início de uma nova era de terapias de neuroestimulação”, conclui Starr.

A nova descoberta pode permitir com que novos estudos sejam realizados, a fim de desenvolver novos tratamentos utilizando esta tecnologia para diferentes distúrbios neurológicos.

 

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