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Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, quer fechar um acordo de colaboração premiada. Segundo informaram as jornalistas Andréia Sadi e Julia Dualibi, da GloboNews, o militar já tem o aceite da Polícia Federal (PF) e foi ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (6), comunicar as autoridades sobre a decisão.

As jornalistas também apuraram que o ministro do STF Alexandre de Moraes será o responsável por avaliar se a delação tem condições ou não de ser homologada. Inclusive, Cid já teria dado depoimentos à PF nos últimos 20 dias. Entretanto, o Ministério Público Federal (MPF) também precisa opinar sobre a proposta, análise que ainda está pendente.

Quem é Mauro Cid? 

Tenente-coronel do Exército e há mais de duas décadas na força, Mauro Cesar Barbosa Cid foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante os quatro anos de mandato do ex-presidente. No dia 3 de maio deste ano, Cid foi alvo da Operação Veniere, da PF, que mirou um esquea de inserção de dados falsos da vacinação contra a Covid no sistema do Ministério da Saúde.

Atualmente com 44 anos, Cid passou a ser uma espécie de “faz tudo” de Bolsonaro. Antes mesmo da posse do ex-presidente, em 2018, o oficial já tinha sido alçado ao cargo de ajudantes de ordens e suas funções incluíam ajudar em transmissões pela internet e também gravar o famigerado “cercadinho”, onde Bolsonaro costumava falar aos seus eleitores. Mas não só. Mauro Cid também era encarregado de fazer pagamentos particulares da família Bolsonaro.

Envolvimento em caso das joias 

Em depoimento à PF, Mauro Cid confirmou aos agentes que partiu de Bolsonaro o pedido para recuperar de forma irregular joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. Os objetos cravejados com diamantes foram presentes do governo da Arábia Saudita ao então presidente, e deveriam ser incorporados ao patrimônio da União.

Já deixando o cargo após perder as eleições, segundo Cid disse à PF o ex-presidente o informou sobre “presentes” retidos pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Bolsonaro teria solicitado ao tenente-coronel que tentasse regularizar os itens. O ex-ajudante de ordens negou haver uma ordem do ex-presidente para expressamente recuperar as joias.

Tentativa de venda de presentes

Cid também tem a digital no caso da suposta tentativa de venda de presentes dados ao governo federal por delegações estrangeiras. A PF já tinha mirado o oficial do Exército depois de constatar que os itens começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2022. Segundo a investigação, Naquele mês, foi solicitado pela equipe de Cid ao Gabinete de Documentação Histórica uma listagem dos relógios recebidos de presente pela Presidência até aquele momento.

A PF defendeu existirem “fortes indícios” de que um relógio valendo aproximadamente U$ 51 mil dado a Bolsonaro durante uma viagem oficial foi negociado e vendido. O ex-presidente teria sido presenteado por autoridades do Reino do Bahrein.

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