Segundo nota da jornalista Andréia Sadi em seu blog, a Polícia Federal (PF) descobriu mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, à época ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, que demonstram “anuência de militares com manifestações antidemocráticas” na porta de quartéis, após as eleições presidenciais de 2022.
A PF achou as mensagens durante a investigação que culminou com a operação Tempus Veritatis. Em resposta a um oficial do Exército que disse estar preocupado com uma recomendação do Ministério Público Federal pedindo o fim das manifestações antidemocráticas, Cid orientou seu interlocutor a mandar o órgão “se foder”.
“Cara, vou ser bem sincero contigo. Tá recomendado… manda se foder! Recomenda… está recomendado. Obrigado pela recomendação (…) Eles [o MPF] não podem multar. Eles não podem prender. Eles não podem fazer porra nenhuma. Só vão encher o saco. Mas não vão fazer nada, não”, disse Cid em áudio obtido pelo blog de Sadi.
O procurador da República Fabiano de Moraes havia recomendado que fosse desmontada a estrutura usada por manifestantes golpistas que acampavam em frente a uma unidade do Exército em Caxias do Sul (RS).
O áudio foi enviado ao tenente-coronel Alex de Araújo Rodrigues, à época subcomandante do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea. Ele pediu ajuda a Cid após o MPF colocar “a gente contra a parede”, segundo uma das mensagens.
Segundo o documento assinado pelo procurador, a recomendação era para a unidade militar adotar providências para retirar banheiros químicos, tendas e barracas usadas pelo manifestantes.
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