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Média de idade da população ocupada no Brasil está em 40 anos. Por outro lado, jovens têm cada vez mais dificuldade para acessar mercado de trabalho

Taxa média de crescimento populacional é a menor desde o primeiro levantamento feito nopPaís, em 1872. Soma-se a isso o fato do Brasil ter o segundo maior porcentual de jovens entre 18 e 24 anos que não trabalham nem estudam
12/09/2023 | 20h16

Nos últimos anos, a média de idade da população no mercado de trabalho subiu e se aproxima cada vez mais dos 40 anos, de acordo com um levantamento realizado pela consultoria LCA, divulgado pela reportagem do jornal O Estado de S Paulo. Dados recentes do Censo mostraram que a taxa média de crescimento populacional é a menor desde o primeiro levantamento feito no País, em 1872. O resultado é um ritmo menor de jovens entrando no mercado de trabalho comparado ao que ocorreu até bem pouco tempo.

O que mais preocupa é que cerca de 11,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos não trabalham nem estudam no Brasil. Chamado de nem-nem, esse grupo cresceu de forma exponencial nas últimas décadas até atingir o auge na pandemia, de cerca de 30% da faixa etária. Esse número caiu para 23% da população no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da FGV Social.

A proporção de jovens nessa condição está acima da média internacional. No ano passado, o relatório Education at a Glance 2022, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostrou que o Brasil tinha o segundo maior porcentual de jovens entre 18 e 24 anos que não trabalhavam nem estudavam.

Envelhecimento no mercado de trabalho mostra que educação é a única saída

O envelhecimento do país e, consequentemente, do mercado de trabalho abrem desafios tanto para o setor público como para o privado. A expectativa é que a população em idade ativa diminua já a partir da primeira metade da próxima década, antecipando um movimento que estava previsto para o final dos anos 2030.

Para os diferentes níveis de governo, portanto, é ainda mais importante avançar na melhoria da qualidade da educação pública. A economia brasileira já passou pelo bônus demográfico, conseguiu avançar nos anos de escolaridade, mas não viu a população subir nos rankings internacionais que medem a qualidade do ensino.

Agora, sem poder contar com mais mão de obra disponível para ingressar no mercado de trabalho, o crescimento do País ficou ainda mais dependente do aumento da produtividade, que está ligada à melhoria nos níveis de educação.

Marcelo Neri afirma que até hoje nunca faltou mão de obra para o Brasil avançar. “Olhando para trás, primeiro tivemos a escravatura, depois a imigração e, em seguida, o êxodo rural. Agora não temos alternativas.” Pior que isso, diz ele, é que, além de ter de conviver com menos jovens entrando no mercado de trabalho, também há a migração para fora do País, acentuada sobretudo por causa da demanda por profissionais de tecnologia.

A cada ano, afirmam os especialistas, novos estudantes se formam e não conseguem ser absorvidos no mercado, o que cria um bolsão de nem-nem. Sem emprego nem renda, eles não conseguem fazer a graduação e muitos param no meio do caminho. No final, o crescimento dos nem-nem significa perda de produtividade e de capital humano.



Redação ICL Economia
Com informações do jornal O Estado de S Paulo 

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