Foram anunciadas pelo novo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, dez medidas que, em tese, têm o objetivo de estancar a crise no país. O presidente Javier Milei (La Libertad Avanza) já havia sinalizado que os meses seguintes seriam duros, indicando inclusive que o peso do ajuste das contas iria recair principalmente sobre o Estado, e não sobre organizações privadas.
“Estamos diante da pior herança da nossa história. Um país onde nós, argentinos, somos cada vez mais pobres”, afirmou Caputo em comunicado gravado à nação.
“Se seguimos como estamos, vamos inevitavelmente no caminho da hiperinflação. Podemos chegar a níveis de 15.000% anuais. Para que se entenda esse número, falamos de um leitei que passe de 400 para 60.000 pesos. Nossa missão é evitar essa catástrofe”, disse o ministro.
Veja abaixo as 10 medidas do governo Milei:
- Desvalorização da moeda
- Suspensão das obras públicas
- Redução dos subsídios de energia e transporte
- Redução do funcionalismo público
- Suspensão da propaganda oficial
- Redução no número de ministérios e secretarias
- Redução de transferência às províncias argentinas
- Fim dos impostos para exportação
- Fim do sistema Sira
- Fortalecimento da ajuda social
Confira resumo de cada uma das medidas:
- Desvalorização da moeda
Na terça-feira (12), o peso argentino perdeu 50% do seu valor diante do dólar, passando a valer 800 pesos frente à moeda americana. A medida, entretanto, não significa uma liberação do câmbio por parte do governo. “Assim, beneficiamos os exportadores com um melhor preço e equiparamos o peso fiscal para todos os setores”, afirmou Caputo.
- Suspensão das obras públicas
Foram canceladas novas licitações de obras públicas e, inclusive, barradas as licitações já aprovadas no caso de obras que ainda não começaram. “A verdade é que não há dinheiro para pagar obra pública. Como todos os argentinos sabemos, muitas vezes (o dinheiro) acaba nos bolsos dos políticos ou empresários da vez”, afirmou o ministro.
- Redução dos subsídios de energia e transporte
Caputo adiantou que se fará um drástico corte nos subsídios de energia e de transporte. O ministro disse que o Estado sustenta artificialmente os preços baixos das tarifas desses serviços com subsídios. Segundo ele, os subsídios são pagos com a inflação, e o que se ganha na passagem é perdido no supermercado. “Os mais pobres acabam financiando os ricos”, afirmou.
- Redução do funcionalismo público
Uma das promessas de campanha de Milei era demitir milhares de empregados que, segundo o extremista, recebem, mas não trabalham. Por enquanto, as demissões vão afetar só os que têm menos de 1 ano de contrato.
- Suspensão da propaganda oficial
Não vai haver publicidade oficial do governo por um ano, na imprensa.
- Redução no número de ministérios e secretarias
A nova estrutura do Estado argentino passou de 18 para 9 ministérios. As secretarias foram de 106 para 54.
- Redução de transferência às províncias argentinas
Também anunciado por Caputo, as transferências do Estado Nacional às províncias argentinas serão “reduzidas ao mínimo”.
- Fim dos impostos para exportação
O ministro anunciou que terminado período de emergência, vai eliminar todos os impostos de exportação.
- Fim do sistema Sira
Pelo sistema Sira argentino, o Estado definia que importadores teriam acesso ou não a dólares para fazer pagamentos no exterior. O governo Milei pretende trocar esse sistema por outro que seja estatístico e de informação que não vai requerer a aprovação prévia de licenças. A ideia, dizem, é garantir a transparência do processo e acabar com a discricionariedade.
- Fortalecimento da ajuda social
Caputo alertou que as novas medidas vão acarretar muitos meses duros, principalmente para os mais pobres. Para diminuir esse impacto negativo, o Estado pretende aumentar os valores que são distribuídos a programas sociais.
Com informações do El País
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