Candidato da extrema direita à Presidência, Javier Milei participou, ontem, do primeiro debate televisivo das eleições argentinas. Milei, que segundo pesquisas está à frente na corrida eleitoral, negou que a ditadura naquele país tenha sumido com 30 mil pessoas, e repetiu o que militares afirmavam sobre ter havido “uma guerra”, e classificando de “excessos” os crimes cometidos pelo Estado argentino.
“Durante os (anos) 1970, houve uma guerra. E nessa guerra, as forças do estado cometeram excessos. E por ter o monopólio da violência, valem para eles todo o peso da lei. Mas também os terroristas de montoneros (organização guerrilheira), mataram gente, assassinaram gente, torturaram gente, colocaram bombas e fizeram um desastre. E também cometeram crimes de lesahumanidade”, afirmou.
Sobre os desaparecidos, Milei disse: “Não foram 30 mil desaparecidos, foram 8.753”.
Por outro lado, Sergio Massa, que é o principal rival de Milei, tentou fez um discurso tentando se descolar do atual presidente Alberto Fernández. A trágica situação da economia argentina se atribui aos anos de governo peronista, frente pela qual Massa tenta a eleição.
“Eu tenho claro que a inflação é um problema enorme na Argentina. Também tenho claro que os erros deste governo causaram danos às pessoas. E por isso, embora eu não fosse parte até assumir como ministro da Economia [em agosto de 2022], peço desculpas.”
O pleito presidencial está marcado para o próximo dia 22, por isso Milei e Massa, que são os principais concorrentes, acabaram sendo os alvos preferidos no debate. Patricia Bullrich, candidata da oposição macrista e terceira nas pesquisas, mirou Macri e Milei, mas enfatizando no antikirchinerismo. A denominação vem de Kirchner, sobrenome de Cristina e Néstor Kirchner, casal que governou a Argentina e representaram, durante anos, a ideologia peronista.
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