Por Brasil de Fato
Após evento no Armazém do Campo, em São Paulo (SP), na sexta-feira (19), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, respondeu a perguntas de jornalistas, entre elas, sobre o impasse criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em relação ao tema da redução do uso de agrotóxicos na agricultura brasileira.
O Mapa se nega a assinar o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) com a inclusão do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara).
“Há um debate dentro do governo. E esse debate dentro do governo nós vamos, a partir dessa semana buscar um consenso sobre a questão dos agrotóxicos e lançar o plano (Planapo)”, disse o ministro.
Teixeira afirmou que o governo está “às vésperas da construção deste consenso” sobre o tema, mas evitou citar o Ministério da Agricultura. O ministro ressaltou, por outro lado, que a posição majoritária dos ministérios é pelo fortalecimento da agroecologia e da produção orgânica.
“Há uma preocupação para fazer uma transição de uma agricultura de base química para uma agricultura de base biológica. Mas esse consenso está sendo construído”, garantiu.
“Eu acho que nas próximas semanas nós vamos chegar a uma formulação comum do nosso governo”, finalizou o ministro.
Agrotóxicos: impasse
Na última quinta-feira (18), um novo adiamento do anúncio do Planapo causou indignação entre as entidades que fazem parte do Conselho Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo).
“Esse posicionamento do Ministério da Agricultura é incompreensível”, declarou Paulo Petersen, coordenador-executivo da ONG Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA) e integrante do Núcleo Executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).
O representante do MDA, Cássio Trovatto, afirmou que postura do Mapa teria provocado espanto nos membros do Câmara Interministerial sobre Agricultura e Produção Orgânica (CIAPO), que reúne 14 ministérios e outros nove órgãos do governo.
“Todos ficaram assustados com a situação”, relatou o coordenador-geral de Transição Agroecológica do MDA. “Nós não estamos conseguindo lançar o Planapo porque há uma recusa antecipada de um ministério com relação a essa iniciativa”, lamentou.
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