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Morre Amália Barros, deputada e vice-presidente do PL Mulher, aos 39 anos

Parlamentar integrou uma comitiva de deputados brasileiros que foi aos EUA para fazer campanha contra a democracia brasileira
12/05/2024 | 08h00

Morreu na madrugada deste domingo (12) a deputada federal Amália Barros (PL-MT), vice-presidente do PL Mulher e uma das aliadas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. As informações são da Folhapress (Mateus Tupina) e redação.

A morte foi confirmada pelas redes sociais da parlamentar. Amália estava internada desde o dia 1° de maio após retirada de nódulo no pâncreas. Neste ínterim, passou por quatro procedimentos médicos, o primeiro deles para retirada do tumor.

A primeira operação, que retirou o nódulo do corpo da congressista, foi realizada na quinta-feira (2). No sábado (4), Amália teria apresentado “melhora expressiva” após segundo procedimento cirúrgico na mesma região.

Já na terça-feira (7), foi submetida a nova intervenção para drenagem das vias biliares, visando remover excesso de líquido biliar no fígado. Dois dias depois, passou por um “procedimento adicional de radiointervenção”, menos invasivo, sem detalhamento do que foi realizado.

Nascida em Mogi Mirim (155 km de São Paulo), Amália Scudeler de Barros Santos iniciou sua carreira política em 2022, candidatando-se com êxito à Câmara dos Deputados apadrinhada por Michelle Bolsonaro, amiga e uma de suas principais aliadas, e obteve cerca de 70 mil votos.

A congressista frequentemente aparecia, inclusive na foto de urna, cobrindo o olho esquerdo, pois o perdeu em 2016 por complicações de uma toxoplasmose, infecção causada por um protozoário propagado por animais ou insetos.

Lançou em 2021 o livro “Se enxerga” (editora VM), contando sobre sua trajetória e sobre a perda de seu olho. Ainda, precisou remover um de seus rins. No mesmo ano fundou o Instituto Amália Barros, que segundo a própria entidade realiza campanhas de doação de prótese ocular e presta assistência a monoculares.

Inspirou a Lei 14.126/2021, apelidada com seu nome, que classifica a visão com apenas um olho como uma deficiência sensorial.

Ao lado da ex-primeira dama, Amália foi alçada à vice-presidência do PL Mulher nacional, cargo que ocupou até a morte.

Michelle Bolsonaro e Amália Barros

Michelle Bolsonaro e Amália Barros

Políticos de direita prestam homenagens a Amália

Ainda durante a madrugada, alguns políticos lamentaram a morte da parlamentar. O deputado federal cassado Deltan Dallagnol, do Partido Novo, disser estar “sem palavras” lembrou o legado deixado pelo trabalho de Amália.

“Amália era uma guerreira, com uma história de vida linda e inspiradora. Tive a honra de presenciar o trabalho dela em prol das pessoas com deficiência. Que Deus conforte família, amigos e entes queridos”, escreveu ele.

Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que a parlamentar deixará saudades.

“Minhas condolências à família da Amália Barros, que se tornou um grande exemplo de superação de barreiras e de dedicação e amor ao próximo, Que Deus a acolha na sua infinita misericórdia e conforte seus familiares e amigos”, declarou.

Os deputados Carla Zambelli (PL), Kim Kataguiri (União) e o senador Flávio Bolsonaro também lamentaram a morte da política em publicações no Instagram e no Twitter.

Deputada atacava a democracia brasileira

No início de março, Amália Barros integrou uma comitiva de deputados brasileiros capitaneada por Eduardo Bolsonaro (PL–SP) que passou cerca de uma semana em Washington (EUA) para angariar apoio político e tentar convencer os parlamentares republicanos de que o Brasil não é mais uma democracia.

Eles defenderam, por exemplo, que os Estados Unidos aprovem uma lei para penalizar as autoridades brasileiras, sob a justificativa de violação dos direitos de conservadores, e que imponham sanções ao país sul-americano para que a suposta “ditadura de esquerda” seja derrotada.

Inicialmente convidados para participar em uma audiência na Comissão Tom Lantos de Direitos Humanos na Câmara dos Representantes, os parlamentares tiveram que mudar os planos quando o democrata James P. McGovern, um dos dois copresidentes da comissão, vetou o evento.

 

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