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Por Rodrigo Viana Borges, de Santiago

O ataque do general Augusto Pinochet ao Palácio de La Moneda poderia ter permanecido apenas como relato e sido distorcido após a ascensão do militar golpista ao poder, não fosse a ação rápida de um cineasta que pegou sua câmera Paillard Bolex 16 mm e filmou o ataque a partir da janela de um banheiro.

Pedro Chaskel, que faleceu na segunda-feira (21) aos 91 anos, foi o responsável por eternizar o clima de terror no centro da Santiago de 11 de setembro de 1973. Ele registrou em imagens o momento em que os militares lançaram mísseis ao palácio, com o presidente Salvador Allende e sua equipe dentro.

Logo depois do golpe, Chaskel foi expulso da Universidade do Chile pelos militares e exilado. Viveu em Cuba até 1983, quando voltou ao seu país.

As cenas impactantes viajaram o mundo em documentários como “A batalha do Chile”, dirigido por Patricio Guzmán e com montagem do próprio Chaskel. O filme estreou em 1997, sete anos depois da redemocratização, mas sua primeira transmissão em TV aberta aconteceu somente em 2021.

Antes mesmo de registrar um dos mais importantes momentos da história política do Chile, Pedro Chaskel já tinha o olhar documental para as transformações sociais pelas quais o país passava. Em 1971, dirigiu “Venceremos”, com Héctor Ríos, que mostra o contraste da vitória de Salvador Allende e a violenta polarização política do ano seguinte.

Chaskel também já havia feito uma série de entrevistas com brasileiros que fugiram da ditadura em seu próprio país.

É possível assistir ao documentário “A batalha do Chile” completo no YouTube.

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