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Morre Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA, aos 100 anos

Muitos o rotularam de criminoso de guerra pelo apoio a ditaduras anticomunistas, especialmente na América Latina
30/11/2023 | 10h09

Morreu ontem, aos 100 anos, o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger, em sua casa em Connecticut, nos EUA. A  causa não foi informada. Seu período de maior destaque foi na década de 1970,quando participou de muitos dos eventos globais mais marcantes, enquanto servia como representante do governo do presidente republicano Richard Nixon.

Kissinger conduziu negociações que levaram à abertura diplomática da China, tratativas históricas sobre o controle de armas entre os EUA e a União Soviética e expansão dos laços entre Israel e os seus vizinhos árabes.

Financiou regimes autoritários e sanguinários na Indonésia, Vietnã, Camboja, Bangladesh, Chile, Angola, Argentina, África do Sul e dezenas de países do Oriente Médio.

Com a renúncia de Nixon, em 1974, a influência de Kissinger diminuiu, mas ele continuou sendo secretário do presidente Gerald Ford. Enquanto muitos o elogiaram pela vasta experiência, outros o rotularam de criminoso de guerra pelo seu apoio a ditaduras anticomunistas, especialmente na América Latina.

Nos seus últimos anos de vida, suas viagens foram marcadas pelos esforços de outras nações para prendê-lo ou questioná-lo sobre a política externa dos EUA no passado.

O Prêmio da Paz que recebeu 1973 — atribuído conjuntamente a Le Duc Tho, do Vietnã do Norte, que o recusou – foi um dos mais controversos da história.

Dois membros do comitê do Nobel renunciaram devido a essa premiação, surgindo questões sobre um bombardeio secreto dos EUA no Camboja.

Ford chamou Kissinger de “supersecretário de Estado”, mas também destacou sua irritabilidade e autoconfiança, que os críticos provavelmente chamariam de paranoia e egoísmo. Até mesmo Ford disse: “Henry, em sua mente, nunca cometeu um erro”.

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