Morreu no sábado (6) e foi cremado nesta segunda-feira (8), no Rio de Janeiro, o jornalista Maurício Dias, reconhecido como um dos mais competentes de sua geração. O último trabalho foi como diretor-adjunto de redação da revista CartaCapital, onde escreveu por mais de dez anos e também comandou a coluna política “Rosa dos Ventos”.
O jornalista trabalhou nas revistas Veja e IstoÉ, da qual foi chefe da sucursal Rio. Foi editor do Informe JB, coluna do Jornal do Brasil.
Um dos seus furos de reportagem em IstoÉ foi antecipar a histórica sentença da juíza Denise Frossard, em 1993, que determinou a prisão de 14 chefões do jogo do bicho carioca.
Em 2004, lançou o livro “A mentira das urnas – crônicas sobre dinheiro e fraudes nas eleições”, uma análise do fenômeno do caixa 2. Escreveu o texto do documentário Jango, dirigido por Silvio Tendler, lançado em 1984 e que teve grande sucesso.
Organizou os livros “Relatório da CIA: Che Guevara – Documentos inéditos dos arquivos secretos” (junto com Mario J. Cereghino) e “Raymundo Faoro – A democracia traída”.
Mauricio Dias nasceu em Carangola, Minas Gerais, e se formou em História. “Foi o maior jornalista com quem trabalhei, dotado de um espírito crítico e uma capacidade de análise rara entre os colegas de profissão”, diz Chico Alves, editor-chefe do ICL Notícias. “Sempre enfático, não abria mão do rigor na abordagem dos temas, mas conseguia equilibrar tudo com bom humor, um dos principais indicadores de inteligência que uma pessoa dar”.
A causa da morte foi doença pulmonar obstrutiva crônica. Tinha 76 anos e deixa três filhos, Mário, Pedro e Laura.
Abaixo, a entrevista de Mauricio Dias incluída no documentário “O Mercado de Notícias”, de Jorge Furtado, lançado em 2014:
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