ICL Notícias

MPF e Idec pedem R$ 1,7 bi ao WhatsApp por violação de dados de brasileiros

Meta teria violado direitos dos usuários ao forçar a adesão à nova política de privacidade
16/07/2024 | 18h02

O Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) entraram com uma ação civil pública contra o WhatsApp e pedem que o aplicativo de mensagens da Meta pague indenização de R$ 1,7 bilhão por danos morais coletivos. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) também foi ajuizada por resistir em fiscalizar a plataforma.

Segundo o MPF e o Idec, o WhatsApp violou os direitos dos usuários no Brasil ao forçar a adesão às novas regras do aplicativo. Na ação, a Meta não apresentou, em 2021, as informações necessárias sobre as mudanças em sua política de privacidade.

O MPF e o Idec afirmam que as práticas do WhatsApp desrespeitaram vários dispositivos da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e violaram garantias previstas no Marco Civil da Internet e do Código de Defesa do Consumidor.

“A empresa violou direitos dos usuários do aplicativo no Brasil ao forçar a adesão às novas regras e, com isso, viabilizar a coleta e o compartilhamento abusivo de dados pessoais com outras plataformas do Grupo Meta, entre elas o Facebook e o Instagram”, diz o comunicado do MPF.

MPF e Idec: multa baseada na Europa

O MPF e o Idec calcularam o valor da multa de R$ 1,7 bilhão levando em consideração as penalidades impostas ao WhatsApp na Europa. De 2021 a 2023, a União Europeia impôs à Meta multas de 230,5 milhões de euros por omissões e ilegalidades na política de privacidade do aplicativo.

Além da multa, a ação pede ainda que o WhatsApp pare de compartilhar os dados de mais de 150 milhões de brasileiros imediatamente. O MPF e o Idec pedem também que a plataforma fornaça aos usuários a possibilidade de recusar as mudanças na política de privacidade e possam continuar a usar o aplicativo.

Se o pedido de condenação for acolhido pela Justiça Federal, o pagamento da multa será destinado a projetos financiados pelo Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD).

Violação de dados

Em 2021, o WhatsApp atualizou a política de privacidade, mas não esclareceu os usuários sobre as alterações. Segundo o MPF e o Idec, os usuários do aplicativo receberam apenas um “aviso breve e genérico” sobre as mudanças e, caso não aceitassem, seriam bloqueados.

Ainda segundo o MPF e o Idec, ao aceitarem a nova política, os brasileiros deixaram que diversos dados pessoais, como nomes completos, fotos dos perfis e listas de contatos, entre outros, fosse compartilhados com outras ferramentas da Meta.

SAIBA MAIS:

Nova ferramenta do WhatsApp permite adicionar contatos favoritos

WhatsApp corta verba para checagem de informações em ano eleitoral

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail