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Por Hugo Souza – Come Ananás

Desde o último 7 de outubro, dia do ataque do Hamas a Israel, 238 palestinos, 63 deles crianças, foram assassinados por militares ou colonos israelenses na Cisjordânia, ali onde não há trégua porque não há “guerra entre Israel e o Hamas” – expressão pusilânime imposta pelo Grupo Globo aos jornalistas da casa para chamar o assunto do genocídio palestino em Gaza sem chamá-lo pelo nome.

Deste 238 palestinos mortos, 229 foram assassinados pelo exército de Israel, oito por colonos israelenses e um em conjunto por sionistas militares e civis. O número de palestinos feridos na Cisjordânia desde o 7 de outubro já passa de três mil. Destes, pelo menos 508 são crianças.

Os dados constam no mais recente relatório do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) sobre a situação na Palestina Histórica, publicado nesta quarta-feira, 29.

Nas últimas sete semanas, Israel mais que dobrou o número de suas vítimas na Cisjordânia em 2023 em relação aos nove primeiros meses do ano – o ano mais mortífero para os palestinos nos territórios ocupados desde 2005. Mais da metade dos 238 palestinos mortos na Cisjordânia desde 7 de outubro foram baleados em situações que não envolveram confrontos armados.

Numa palavra, foram executados.

Os casos de execução mais recentes são os dos meninos Adam Samer Othman Al-Ghoul, de oito anos, e Basel Suleiman Tawfiq Abu Al-Wafa, de 15, alvejados um na cabeça, outro no peito, nesta quarta-feira, 29, por militares israelenses que praticavam tiro aos “animais humanos” de dentro de um veículo blindado na cidade de Jenin, a terceira maior da Cisjordânia.

“As crianças palestinas de Jenin têm sido alvos frequentes dos militares israelenses. É chocante que as forças de Israel, sentadas num veículo blindado, possam matar a tiros duas crianças em plena luz do dia e a comunidade internacional se recuse a responsabilizá-las”, disse Ayed Abu Eqtaish, diretor do Programa de Responsabilização da organização Defense for Children International – Palestine (DCIP).

Na Faixa de Gaza, a trégua, cessar-fogo, “pausa humanitária” vem servindo menos para a chegada de comida, água e remédios para os palestinos e mais para os palestinos acharem mais mortos por debaixo dos escombros. Só na segunda e na terça-feira desta semana foram mais de 160 corpos encontrados.

Quase sete mil palestinos de Gaza ainda estão desaparecidos. Sem contar estes corpos ainda por descobrir, o número de mortos em Gaza já passa de 15 mil. Destes mortos por Israel, 6.150 eram crianças.

 

 

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