Uma fonte afirmou à agência de notícias Reuters que negociações para um acordo de cessar-fogo em Gaza devem recomeçar neste domingo (17). O encontro deve acontecer em Doha, capital do Catar, e envolver autoridades cataris e egípcias como mediadoras.
Na última sexta-feira (15), Israel rejeitou uma proposta de negociação de cessar-fogo apresentada pelo Hamas, que previa a troca de 700 a 1.000 prisioneiros palestinos e a libertação de reféns israelenses, sequestrados nos ataques de 7 de outubro do ano passado.
Negociação
Na proposta de negociação, o Hamas pedia o cessar-fogo imediato e definitivo e o envio de ajuda humanitária aos palestinos, que teriam o direito de retornar às suas casas. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou as demandas do Hamas como “irrealistas”, mas confirmou a ida de uma delegação ao Catar para nova rodada de negociações.
Também na sexta-feira, o governo israelense confirmou que Netanyahu autorizou as Forças de Defesa de Israel (FDI) a atacarem Rafah, no sul da Faixa de Gaza, região fronteiriça com o Egito, onde cerca de 1,5 milhão de palestinos se refugiam da guerra.
Dessa forma, Netanyahu contraria o apelo de liderança mundiais, que temem um massacre de civis na região. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, informou que os EUA ainda não conhecem o plano de ataque a Rafah, mas que pedirão os documentos a Israel.

À espera de negociação, mulher busca por pertences após ataque aéreo de Israel em Rafah. Foto: Said Khatib/ AFP
Rafah
Com a Faixa de Gaza devastada após cinco meses de guerra, Rafah se tornou um refúgio para palestinos que sobreviveram aos constantes ataques de Israel. Na região, de acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês), há escassez de alimento, água e remédios.
A capacidade de aniquilação do ataque a Rafah é desconhecida, pois Israel não revelou os detalhes da operação. Mas entidades de direitos humanos alertam para a falta de defesa e reação dos palestinos que estão acampados por toda a área.
Relacionados
Plano de Trump de assumir controle de Gaza é proibido no direito internacional; entenda
Segundo especialistas, ideia do presidente dos EUA pode ser classificada como limpeza étnica
Israel prepara plano para saída ‘voluntária’ da população de Gaza
ONU, Egito, Jordânia, Arábia Saudita, União Europeia e Irã rejeitaram a proposta de Trump
Palestinos começam a retornar para uma Gaza devastada
Maioria dos civis ficou desalojada durante os 15 meses de guerra