Javier Milei assinou ontem decreto revogando regra que proibia a nomeação de parentes para cargos na administração pública — proibição foi estabelecida no governo de Mauricio Macri, em 2018. A anulação permite a nomeação de Karina Milei como secretária-geral do governo argentino — ela é irmã do presidente.
No cargo de secretária-geral, Karina Milei vai ajudará o irmão em políticas públicas e na preparação de comunicados. De acordo com o imprensa argentina, ela também ficará responsável pela participação em tarefas cerimoniais e protocolares, além de gestão das relações com o público.
IMPRENSA BARRADA
Javier Milei quebrou ontem uma tradição de décadas ao vetar a participação da imprensa na posse de ministros. A cerimônia foi realizada de forma privada, sem transmissão, o que não acontecia há 40 anos, desde a redemocratização da Argentina.
A proibição surpreendeu profissionais credenciados para cobrir o evento, gerando críticas de jornalistas dos principais veículos argentinos. Em nota, a Associação dos Repórteres Gráficos da República Argentina protestou contra o veto “arbitrário”.
Para a ONG Repórteres Sem Fronteiras, a proibição é motivo de alarme para o jornalismo argentino.
“Tal como Trump e Bolsonaro, o novo presidente argentino utiliza uma retórica abertamente hostil ao jornalismo, retomada e amplificada nas redes sociais por seus seguidores. Esta estratégia visa a desacreditar os meios de comunicação social e os jornalistas críticos das suas políticas” disse Artur Romeu, diretor da ONG Repórteres Sem Fronteiras.
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