Por Vítor d’Avila — Tempo Real RJ
O prefeito eleito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Netinho Reis (MDB), se defendeu da acusação de compra de votos, feita pela Polícia Federal, por meio de nota oficial, divulgada no começo da tarde desta sexta-feira (13). No entanto, ele não se explicou sobre a apreensão de um celular feita pelos agentes em um freezer de sua casa.
Netinho Reis
Netinho, seu tio e ex-prefeito da cidade, Washington Reis, e a vereadora de Caxias e filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, Fernanda Izabel da Costa, todos do MDB, foram alvos da Operação Têmis. A Polícia Federal investiga uma organização criminosa suspeita de compra de votos e lavagem de dinheiro.
De acordo com o comunicado do prefeito eleito, todas as contas de sua campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral, incluindo suas declarações de renda e bens. Afirmou ainda que todos os gastos do período eleitoral foram realizados com recursos próprios, doações legais e com o fundo partidário.
“A própria Polícia Federal informou que meu nome não consta no manuscrito apreendido pelos agentes e que supostamente apontaria irregularidades durante a campanha”, disse.
Na nota, Netinho ainda diz que seu patrimônio foi constituído de maneira idônea e que jamais foi alvo de investigações e processos criminais.
Celular
Quando os agentes chegaram à casa do prefeito eleito, Netinho tentou esconder os aparelhos dentro do eletrodoméstico. Os celulares foram colocados dentro de uma gaveta do refrigerador ao lado de potes de sorvetes, e foram achados durante as buscas feitas pelos agentes federais.
Contudo, Netinho Reis não se explica sobre o fato em seu comunicado.
Busca e apreensão
A PF cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em Duque de Caxias, São João do Meriti, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro. Os policiais estiveram nas casas do secretário estadual de Transportes, Washington Reis, e do atual prefeito de Caxias, Wilson Reis, ambos do MDB.
As investigações começaram em outubro, quando um homem foi preso em flagrante em Duque de Caxias, com R$ 1,9 milhão em espécie, sob suspeita de compra de votos. A partir daí, a polícia descobriu uma quadrilha que financiava, há anos e de forma ilegal, campanhas eleitorais.
Há indícios de que empresas contratadas pelo poder público eram usadas para favorecer agentes políticos em suas campanhas, com o fim de manter a hegemonia do grupo nesses municípios. Os crimes investigados incluem organização criminosa, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.
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