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Especialista fala sobre situação de palestinos: ‘Se chegam ao Egito, vão chegar como apátridas’

"Temos que pensar nos outros 2 milhões dos palestinos de Gaza que não têm esses governos externos pressionando", lembrou Diogo Bercito.
18/10/2023 | 06h48

Gabriela Varella, apresentadora do Em Detalhes, do ICL, conversou, ontem, com o jornalista Diogo Bercito, mestre em estudos árabes e ex-correspondente em Jerusalém, para falar sobre a operação de resgate para trazer brasileiros que estão na Faixa de Gaza. E embora os compatriotas que estão em Gaza também estejam em uma situação tensa e dramática, Bercito chamou atenção para outros 2 milhões de palestinos que não têm para onde ir.

“A gente tem que pensar, também, que essas pessoas (brasileiros e de outras nacionalidades) são ‘privilegiadas’, têm passaporte. Porque as pessoas em Gaza não têm passaporte. São pessoas que podem sair, que tem governos pressionando. Mas são a minoria. Temos que pensar nos outros 2 milhões dos palestinos de Gaza que não têm esses governos externos pressionando, que não têm a possibilidade de serem repatriados. Se chegam ao Egito, vão chegar como apátridas, sem documentos. Chega a ser absurdo, mas a gente tem que pensar que esses brasileiros tem algum privilégio”, afirmou o especialista.

Bercito também contextualizou o porquê uma saída pelo Egito acaba sendo pouco provável para a maioria dos palestinos.

“Tem uma coisa importante. O Hamas surge, inicialmente, como parte da Irmandade Muçulmana, que é um grupo islamita que surgiu no Egito, nos anos 1920. Nos anos 1980, surge o Hamas. (…) O importante é que a ditadura do Egito tem uma rivalidade muito forte com o Hamas. O governo egípcio persegue a Irmandade Muçulmana e também tem essa rivalidade com o Hamas. Também é muito difícil que o governo egípcio aceite a entrada do Hamas em seu território”

Confira a íntegra do programa:

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