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Nunes diz ser ‘humanamente impossível’ conter enxurrada em estação do metrô

Três pessoas morreram na Grande São Paulo desde sexta-feira (24) devido os alagamentos
27/01/2025 | 18h21
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(Folhapress) – O prefeito Ricardo Nunes (MDB) declarou ser “humanamente impossível” conter a enxurrada que colocou debaixo d’água a estação Jardim São Paulo da linha 1- Azul do metrô durante o temporal que atingiu a cidade na sexta-feira (24).

Segundo a Defesa Civil estadual, em apenas das 15h às 16h caíram 82 milímetros de chuva, a maior quantidade já registrada no intervalo de uma hora em 65 anos de monitoramento feito pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Foi também o terceiro maior volume registrado em um dia.

Vídeos gravados por passageiros mostraram pessoas em cima de corrimões e grades de ferro para não serem levadas pela força da água. Trecho da linha Azul, entre as estações Santana e Tucuruvi, permanece fechado desde sexta para recuperar os danos causados. Não há previsão para a normalização.

Estação do Metrô da Jardim São Paulo segue interditada, sem previsão de normalização (Foto: Reprodução)

Nunes culpa ‘mudanças climáticas’

Nunes citou as mudanças climáticas como o motivo para a precipitação de grandes volumes de água em curtos períodos. “A gente vai precisar fazer o quê? Ampliar a captação da água. Rapidamente a água desceu, mas ela teve ali o alagamento porque o diâmetro dessa tubulação toda não foi capaz de suportar o volume de água”, disse sobre o sistema de drenagem na avenida Pompeia, na zona oeste, que também ficou intransitável.

No mesmo dia, Nunes disse que a cidade respondeu com rapidez para conter a crise causada pelo temporal. Pela primeira vez, a Defesa Civil do estado emitiu um alerta severo de tempestade por meio da tecnologia CellBroadCast, recebido por todos os celulares que usam tecnologia 5G ou 4G.

Segundo o Metrô, já foram concluídos os trabalhos de drenagem da água e lavagem da via dos trens, limpeza de áreas internas e de fluxo da estação. As equipes também fizeram o reestabelecimento dos sistemas eletrônicos e reconstruíram e reforçaram um muro derrubado pela água.

“Os trabalhos atuais consistem na análise e ajustes dos sistemas de alimentação elétrica, bem como de sinalização e controle dos trens, antes da liberação para a circulação”, diz o Metrô em nota.

Entrada do estádio Morumbis (Zona Sul de São Paulo) alagada devido às chuvas de domingo (26) (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Mais chuvas até terça-feira (28)

No sábado e no domingo (26), a capital paulista ficou em estado de atenção para alagamentos, mas não foram registrados transtornos da mesma dimensão que os de sexta.

Uma criança de 7 anos morreu na tarde do domingo (26) após ser arrastada pela água para uma galeria, em Itapecerica da Serra, na grande São Paulo. Segundo a Defesa Civil, a vítima é um menino morador de Embu das Artes. Ele foi arrastado enquanto brincava no Parque Municipal do Povo Roberto Nasraui, localizado na rodovia Prefeito Bento Rotger, no bairro Delfim Verde.

A morte é a terceira confirmada pela Defesa Civil desde sexta-feira (24) na região em razão das chuvas que atingem todo o estado – e a 17ª desde o início da Operação Chuvas, em 1º de dezembro.

Ainda na sexta-feira (24), um motociclista foi encontrado sem vida em Guarulhos, na Grande São Paulo, após ter sido levado pela enxurrada. No sábado (25), a morte de um artista plástico que teve a casa invadida pelas águas na Vila Madalena, na Zona Oeste da capital, também foi confirmada.

Mais temporais são previstos até terça-feira (28) na região metropolitana da cidade, que ainda tenta se refazer dos prejuízos causados pelas fortes chuvas da sexta-feira (24). A máxima prevista para esta segunda-feira (27) é de 26°C.

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