O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afirmou que o serviço funerário, privatizado em sua gestão, agora “é um negócio”: “Esse negócio fica bom quando é bom para o poder público e para o privado. O cara não vai fazer uma doação, ele vai fazer um investimento para poder ter o retorno”, disse em entrevista concedida aos repórteres Adriana Ferraz e Saulo Pereira Guimarães do UOL.
Nunes termina o seu primeiro mandato à frente da Prefeitura de São Paulo em 31 de dezembro de 2024 e reassume como prefeito, agora eleito, no dia seguinte. Ricardo Nunes tornou-se prefeito em 2021, quando Bruno Covas morreu. Nas eleições de 2024, Nunes (MDB) derrotou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
Nos 2 anos e meio de seu primeiro mandato, a gestão de Nunes se caracterizou por privatizações de serviços essenciais, em consonância com o governador bolsonarista do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e obras viárias polêmicas. Na entrevista, ele disse que seu plano para o próximo mandato é ampliar as privatizações, inclusive de escolas, seguindo modelos de estados como Minas Gerais e Paraná.
Em relação ao serviço funerário, além de enfatizar a transformação em negócio, Nunes se diz satisfeito quando questionado pela reportagem: “Primeiro eu tenho que dizer que esse era o pior serviço da prefeitura. E hoje está melhor.” Não é o que pensa a população da cidade, que viu os preços saltarem de R$ 428 para R$ 1.494, de acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo.

Protesto de moradores e ativistas urbanos contra a construção de túnel (Foto: Redes sociais)
Sobre a obra do túnel da rua Sena Madureira, que já foi barrada pela Justiça e está enfrentando a resistência dos moradores do bairro, Nunes afirma: “Aquela obra tem que acontecer. (…) É meia dúzia que discorda. A maioria apoia. A gente tem que fazer obras para melhorar o trânsito dessa cidade. Não vou desistir, vou até a Corte de Haia, se preciso.”
Nunes: privatização de escolas vai avançar
Sem secretariado definido, apesar de estar menos de duas semanas de tomar posse, Nunes diz que está avaliando a permanência do atual secretário municipal de Educação Fernando Padula, mas que vai avançar na concessão à iniciativa privada de escolas públicas. “Vamos fazer um chamamento público para que alguma organização educacional assuma a gestão. Minas Gerais já fez, o Paraná já fez, eu já fiz. Todas as experiências são positivas. Estamos estudando o modelo”.

O governador Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes no segundo turno das eleições (Foto: Redes sociais)
Sobre implantação de escolas cívico-militares, projeto também do governador Tarcísio de Freitas para o estado de São Paulo, Nunes diz não ser prioridade, mas menciona que pode ser uma possibilidade. “A melhor escola do país, que tem o melhor Ideb do Brasil, é uma escola militar do Rio. E eu pretendo ter todas as oportunidades à disposição da rede.”
Também diz que, apesar de ter sido o candidato oficial do ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiado por Tarcísio, ele pensa em cumprir todo o mandato (até 2028): “Eu vou fazer o meu sucessor”. E finaliza: “Se ele [Tarcísio] sair para presidente, vai ser eleito e eu vou ser ministro dele entre 2029 e 2030, quando sairei para governador.”
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