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Oceanos batem novo recorde de temperatura em 2023, aponta estudo

Aumento foi de 0,23 °C em relação a 2022. Calor equivale a 'ferver a água de 2,3 bilhões de piscinas olímpicas'
12/01/2024 | 05h55

Os oceanos atingiram em 2023 a temperatura mais alta já registrada da história, com aumento de 0,23 °C em comparação a 2022. É o que o aponta estudo do Instituto de Física Atmosférica (IAP), da Academia Chinesa de Ciências. Segundo o documento, é o quinto ano consecutivo de aquecimento das águas e a tendência de aumento persistirá, demonstrando que o fenômeno é irreversível.

Coordenado pelo oceanógrafo Cheng Lijing, com participação de cientistas de 17 institutos de pesquisa em 5 países, o estudo mostra que os 2.000 metros mais superficiais dos oceanos absorveram mais calor em 2023 do que no recorde anterior, em 2022. Segundo o documento, a quantidade acumulada de calor equivale a “ferver a água de 2,3 mil milhões de piscinas olímpicas”.

No estudo, foram analisados dois conjuntos de dados sobre o conteúdo de calor dos oceanos. Um deles é do próprio IAP, outro é dos Centros Nacionais de Informação Ambiental (NCEI), da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos.

Os dados do IAP mostram que o calor armazenado nos 2.000 metros superiores dos oceanos aumentou 15 zetajoules em 2023 em comparação com 2022. Para efeito de comparação, o consumo total de energia mundial em 2022 foi de aproximadamente 0,6 zetajoules.

Já o valor do NCEI é de 9 zetajoules em 2023. A diferença, de acordo com os cientistas, ocorre devido a diferentes métodos de cálculo e de controle da qualidade dos dados utilizados pelas organizações.

“Os oceanos armazenam 90% do excesso de calor do sistema terrestre. Enquanto o nível de gases com efeito de estufa permanecer relativamente elevado na atmosfera, os oceanos continuarão a absorver energia, levando ao aumento do calor nos oceanos”, destaca Cheng Lijing.

SALINIDADE

A salinidade da água também foi analisada pelo estudo e revelou um aumento proporcional nas áreas de alta e baixa concentração de sais. Ou seja, “o salgado fica mais salgado e o doce mais doce”, adverte Lijing.

Segundo o oceanógrafo, o aquecimento dos oceanos mostra-se como um “indicador fundamental” das mudanças climáticas, uma vez que, “mais de 90% do calor global acaba nos oceanos”.

O estudo aponta também que a elevada temperatura causa a redução do oxigênio na água e a capacidade de absorção de dióxido de carbono. Como resultado, haverá “consequências graves” para a vida marinha, vegetal e animal.

Com informações da Revista Nature

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