Por Claudinei Queiroz
(Folhapress) — Uma onda de frio, impulsionada por uma massa de ar polar vinda da Argentina, chegou nesta quinta-feira (11) à região Sul e deve derrubar as temperaturas em grande parte do Brasil nos próximos dias.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu na noite de quarta (10) um alerta laranja devido à onda de frio, mostrando que há perigo à saúde das pessoas pela expectativa de temperaturas 5 °C abaixo da média por período de três a cinco dias.
O alerta vale até a manhã de sábado (13), mas pode ser prorrogado dependendo da atuação da massa de ar, que deve provocar geadas (congelamento do orvalho noturno sobre as superfícies) na campanha gaúcha, além das serras gaúcha e catarinense, o que pode prejudicar as plantações.
Outra possibilidade nessas regiões é a chuva congelada, que ocorre quando um floco de neve que cai se derrete por completo ou acumula umidade em seu entorno durante o trajeto até o chão e então congela novamente antes de tocar o solo ou a superfície de um objeto, formando pequenas pedrinhas de gelo.
Onda de frio
Segundo previsão do site Climatempo, essa onda de frio deve se manter até a próxima terça-feira (16) e derrubará as temperaturas em uma grande faixa diagonal que vai do sul do Amazonas e Acre, passando pelo sul de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais até o Rio de Janeiro.
A faixa rosa do mapa acima é onde o frio será mais intenso. Na azul escuro, os termômetros devem marcar entre 3 °C e 5 °C abaixo da média. E na azul clara, a diminuição da temperatura deve ficar até 3 °C mais baixa que o esperado para a época do ano.
“O frio desta semana não é resultado apenas da forte presença do ar polar”, destaca Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo. “O predomínio de céu nublado e chuva, impedindo que o Sol apareça, tem sido um fator de peso para manter as temperaturas baixas no Sul do país e também em áreas como o centro-sul e oeste de Mato Grosso do Sul.”
Nesta quinta, o Inmet registrou as menores temperaturas do país justamente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. São José dos Ausentes (RS) marcou 0,4 °C, seguido por São Joaquim (SC), com 0,8°C; Uruguaiana (RS), com 1,1 °C; Quaraí (RS), com 1,6 °C; e Vacaria (RS), com 2,7 °C.
Juntamente com o frio e o aumento da umidade do ar, a chuva deve voltar a essas regiões. Tanto que o Inmet emitiu outro alerta amarelo, indicando a possibilidade de precipitação entre 20 e 30 mm por hora ou até 50 mm por dia e ventos intensos, de 40 a 60 km/h, entre o Rio Grande do Sul e o Paraná.
“A diminuição do frio só deve começar a ser sentida a partir da segunda-feira (15). Não só com o deslocamento do centro polar, mas com a redução da nebulosidade sobre os estados do Sul, em áreas de Mato Grosso do Sul e também de São Paulo. Isto vai permitir a volta dos períodos com o sol”, afirma Pegorim.
A meteorologista diz que temperaturas próximas de zero grau voltam a ocorrer ao amanhecer desta sexta-feira e também do sábado, assim como a previsão de geada. Ela afirma, porém, que no domingo e na segunda-feira o risco de geada está descartado, devido ao aumento da nebulosidade e à ligeira elevação de temperatura.
Em relação às áreas acima da faixa da onda de frio, Pegorim afirma que a presença de uma massa de ar quente e seco ainda evita que o frio a supere, mantendo as temperaturas acima da média do inverno.
“Esse tipo de situação é comum nos invernos do Brasil. Só frentes frias muito fortes, e com muita continentalidade, conseguem injetar ar frio de origem polar até a região de Brasília ou norte de Minas. Numa frente fria continental, o centro da massa de ar polar se desloca para o Paraguai, o que não só facilita a entrada do ar polar no interior do Brasil, mas também faz com que esse ar frio chegue com muito mais força”, explica a especialista.
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