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ONS não vê risco de faltar energia elétrica este ano, mas recomenda volta do horário de verão em algumas regiões

Ministérios e TSE (Tribunal Superior Eleitoral) serão consultados sobre a medida. Economia com o horário de verão deve ser de cerca de R$ 400 milhões.
20/09/2024 | 12h39

Mesmo descartando o risco de faltar energia elétrica este ano, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) apresentou ontem (19), em reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), no Rio de Janeiro, as primeiras medidas do Plano de Contingência para Atendimento do Sistema Elétrico solicitado pelo Ministério de Minas e Energia. Entre elas, está o retorno do horário de verão. Segundo o ministro do MME, Alexandre Silveira, a decisão final será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Não há risco de faltar energia este ano. Mas já estamos tomando medidas para garantir a segurança do sistema, principalmente nos horários de ponta”, destacou o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.

As ações apresentadas visam a garantir o suprimento de energia no momento em que o Brasil vive estiagem severa e demanda elevada em função das temperaturas acima da média.

Ministérios e TSE (Tribunal Superior Eleitoral) serão consultados sobre a medida. A economia com o horário de verão deve ser de cerca de R$ 400 milhões.

O Brasil vive uma das mais graves secas de sua história, mas a falta de chuvas ainda não afetou a capacidade dos reservatórios das hidrelétricas, que se mantêm acima dos 50%. Porém, a intensidade pluvial nos próximos meses será crucial para determinar os rumos do setor elétrico no sentido de garantir o abastecimento energético à população.

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, atualmente, as três maiores fontes renováveis que compõem a matriz de energia elétrica brasileira são hídrica (55%), Eólica (14,8%) e Biomassa (8,4%). Das fontes não renováveis, as maiores são Gás Natural (9%), Petróleo (4%) e Carvão Mineral (1,75%).

Entre as iniciativas listadas durante a reunião estão:

  • Com base nos estudos apresentados pelo ONS ao CMSE, reconhecer a importância da adoção do horário de verão nos estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, como medida para redução dos custos, garantia de suprimento e aumento da confiabilidade do Sistema Interligado Nacional no horário de demanda máxima (ponta) noturna, em prazo compatível com sua implementação;
  • Reconhecer a importância do projeto-piloto no âmbito do Programa de Resposta da Demanda, aprovado pelo despacho Aneel nº 2.679/2024, para dispor de recurso adicional para o atendimento da demanda máxima do SIN;
  • Reconhecer a importância da manutenção das defluências mínimas nas usinas hidrelétricas de Porto Primavera e de Jupiá para os níveis de 3.900 metros cúbicos por segundo e 3.300m³/s, respectivamente, até o final do próximo período seco (31/10/2025);
  • Viabilizar uso do reservatório da hidrelétrica de Belo Monte com vazão mínima de 100 m³/s, ao invés de 300 m³/s, respeitadas as licenças e autorizações necessárias, e possibilidade de uso no horário de ponta;
  • Reconhecer a importância da entrada em operação da LT 500 kV Porto do Sergipe – Olindina – Sapeaçu; LT 500 kV Terminal Rio – Lagos C1 e C2 e LT 345 kV Leopoldina 2 – Lagos, visando assegurar o pleno escoamento de potência da UTE Porto Sergipe e das UTEs da área RJ/ES.

Volta do horário de verão pode trazer redução de até 2,9% da demanda máxima de energia elétrica

O estudo desenvolvido pelo ONS aponta que a aplicação do horário de verão, em cenários de afluências críticas, poderá trazer uma redução de até 2,9% da demanda máxima. A medida, que caberá ao governo federal definir se aplicará ou não, pode trazer uma economia no custo da operação em torno de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.

“O ONS realizou os estudos sobre o horário de verão e recomendou sua adoção visto que há ganhos positivos para o setor elétrico, contribuindo para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN) e, principalmente, ampliando a capacidade de atendimento na ponta de carga”, afirmou Marcio Rea.

Os estudos do ONS indicam que a medida poderá trazer redução na demanda máxima noturna tanto em dias úteis, como aos finais de semana, em quase todas as condições de temperatura.

Conforme o estudo, o horário de verão alivia o efeito da rampa da carga entre 18h e 19h, além de adiar o horário de ponta em até duas horas, permitindo que a compensação pela saída da MMGD e da geração solar possa ser feita de forma mais alongada.

Por temer uma piora no ciclo de chuvas, o governo já começou a tomar algumas medidas para garantir que o fornecimento de energia elétrica não seja afetado.

Porém, o ministro Silveira afirmou que ainda não está convencido de que o horário de verão é a melhor decisão e que quer avaliar outros instrumentos. Porém, afirmou que sua decisão será técnica, com base na ciência e sem influência politica.

A decisão será tomada em até dez dias, de acordo com Silveira. O ministro disse que, caso seja aprovado, haverá um tempo para a sociedade se adaptar.

Do ponto de vista do Ministério de Minas e Energia, o horário de verão pode ajudar a evitar que ocorram acionamentos de térmicas cada vez mais caras, além de ajudar a sair da bandeira vermelha antes do previsto.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e g1

 

 

 

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