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OPEP inverte planos e já cogita provável redução de produção de petróleo, o que pode impactar ainda mais o preço do produto

Cenário internacional incerto, com elevada inflação no mundo, mais preocupação com a economia chinesa tendem à redução do crescimento da economia e menor demanda por produção de petróleo
22/06/2022 | 19h23

A política da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que antes era de um aumento gradual da produção de petróleo, pode começar a ter redução, o que, no médio prazo, pode impactar ainda mais o preço do produto no mercado internacional. É a primeira vez, desde 2020, quando o mundo estava no auge da pandemia, que a organização cogita reduzir a produção de petróleo nos países membros.

A provável redução da produção de petróleo deve-se ao anúncio da elevação da taxa básica de juros americana, junto à sinalização de uma política monetária cada vez mais restrita, e provável queda da atividade econômica do país. Tudo isso fez com que o preço do barril despencasse, sendo negociado a US$ 115, apesar da tendência de alta observada nos últimos dias.

Os economistas do ICL André Campedelli e Deborah Magagna explicam que a redução da produção de petróleo pode pressionar ainda mais os preços no médio e longo prazo. “A política da OPEP e a redução da produção de petróleo nos países não membros já elevaram consideravelmente os preços durante os últimos 30 dias.  O preço do bem, que se encontrava em torno de US$ 114, chegou a ser negociado em US$ 124 há menos de uma semana”, afirmam.

No entanto, o cenário internacional incerto, com os impactos vindos tanto do conflito no leste europeu, que gerou elevada inflação no mundo, quanto as preocupações em relação à economia chinesa fizeram com que as perspectivas de crescimento mundial fossem revisadas para baixo no último mês. Isso acabou não afetando, por enquanto, segundo os dados da OPEP lançados em junho de 2022, a perspectiva de demanda.

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Menor crescimento global pode reduzir demanda por combustível e, assim, consumo de petróleo Foto: Envato 

Por enquanto, demanda global para a produção de petróleo em 2022 continua sem alteração


A estimativa para a demanda global para a produção de petróleo no final deste ano ainda não teve alteração, porém, uma pequena redução  do petróleo no primeiro semestre foi observada, com demanda um pouco maior para o uso deste no segundo semestre. A estimativa é que a demanda em 2022 continue em 100,29 milhões de barris de petróleo por dia, enquanto para a China e entre países membros da OCDE houve um leve aumento, que levou a estimativa a 15,31 e 46,56 milhões de barris de petróleo respectivamente. A queda, mesmo que leve, deve acontecer nos países fora da OCDE, os chamados países em desenvolvimento, que devem sofrer com a desaceleração chinesa no médio prazo.

Mesmo mantendo uma perspectiva estável da demanda global pela produção de petróleo, o novo cenário de incerteza justificou a medida tomada pela OPEP, de reduzir a produção de petróleo, ainda que de forma apenas gradual, por enquanto. A produção de petróleo, que se encontrava em 28,65 milhões de barris de petróleo por dia em abril, chegou a 28,5 milhões de barris de petróleo por dia. A produção de petróleo baixa fez com que a tendência neste último mês fosse de uma elevação do preço da commodity no mercado internacional, que somente foi revertida com a confirmação de dados preocupantes sobre o futuro da economia mundial, principalmente dos Estados Unidos.

A perspectiva de produção de petróleo dos países não membros da OPEP foi revisada para baixo pela segunda vez seguida dentro do relatório da instituição. A produção de petróleo ao final de 2022 era estimada anteriormente em 65,97 milhões de barris de petróleo por dia e passou a ser estimada em 65,74 milhões de barris de petróleo. O cenário mundial, cada vez mais incerto, tem mostrado sinais que apontam para uma situação que beira a recessão da economia americana, como resultado das políticas de controle inflacionário do país, o que fez com que a produção da commodity desacelerasse mesmo a um preço extraordinariamente elevado quando comparado ao histórico recente de preços do petróleo.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do “Boletim Economia Para Todos Investidor Mestre”

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