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Operação ‘Príncipe do Bitcoin’, do MPRJ, mira esquema de pirâmide em Campos

Promotores do Gaeco conseguiram que a Justiça determinasse o bloqueio de quase R$ 2 milhões de investigados.
25/10/2023 | 07h26

Equipes do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) foram para as ruas na manhã de hoje, quarta-feira (25), cumprir quatro mandados de prisão e seis de busca e apreensão contra cinco suspeitos de integrar um grupo criminoso que aplicava golpes com criptomoedas. O esquema seguia a linha das pirâmides financeiras. A operação, batizada de “Príncipe do Bitcoin”, ocorre em Campos dos Goytacazes, no Norte fluminense.

Denúncias feitas ao MP indicam que a quadrilha agia desde de 2016 dando o golpe da pirâmide financeira, mascarado de investimentos no mercado financeiro. Os promotores apuraram que, por meio da A.C Consultoria e Gerenciamento Eireli, os criminosos fizeram mais de 43 vítimas com a promessa de retorno altíssimo e fixo para o investimento aplicado.

A pedido Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e com o objetivo de devolver os valores às vítimas, a 2ª Vara Criminal de Campos dos Goytacazes determinou o bloqueio online de valores disponíveis nas contas dos denunciados. O valor chega a quase R$ 2 milhões (R$1.964.815,96), e incluem criptoativos e moedas estrangeiras.

PASTOR EVANGÉLICO É ALVO

Um dos alvos, segundo o MP, é um pastor evangélico que atuava como trader, investindo no mercado financeiro e captando clientes.

Conhecido na região de Campos dos Goytacazes, os promotores afirmam que Fabrício Vasconcelos Nogueira trocava constantemente de carro e sempre fazia viagens em que ostentava riqueza e atraía mais vítimas para o golpe.

Também faziam parte do esquema criminoso, segundo o MP, Gilson André Braga dos Santos e Ana Claudia Carvalho Contildes, sócios fundadores da empresa, e Gilson Ramos Vianna e Ana Paula Contildes, que atuavam na captação de clientes.

O ICL Notícias tenta entrar em contato com as defesas dos denunciados.

O ESQUEMA

Com a promessa de investimento em criptomoedas e retorno financeiro de 15% a 30% ao mês, a empresa inicialmente abria contas para os investidores e realizava as aplicações no mercado financeiro por meio das chamadas contas “copy”.

Como sugere o nome, é uma cópia de outra conta, que permitia aos criminosos realizarem investimentos, incluindo compras e vendas de ativos. Inicialmente, os juros dos investimentos eram pagos, de modo a dar higidez ao trabalho desenvolvido pela A.C. Consultoria.

Após fechar vários contratos, a empresa emitiu uma nota oficial comunicando que todos os contratos seriam rescindidos e os valores referentes aos mesmos seriam pagos em um prazo de 90 dias (a partir de 01 de dezembro de 2021, data da “Nota Oficial”), o que não foi cumprido.

Investigações do Gaeco também revelaram que uma outra empresa, a Gayky Cursos Ltda, foi criada pelos mesmos criminosos para dar continuidade ao esquema.

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