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Comprimidos para emagrecer com ovos de tênia podem ser prejudiciais à saúde

O parasita pode causar diversas complicações à saúde, além de deixar sequelas permanentes
26/10/2024 | 05h00

Um novo método de emagrecimento tem se popularizado na internet: ingerir ovos de tênia. O médico norte-americano Bernard Hsu relatou em suas redes como uma de suas pacientes adquiriu comprimidos com os ovos do parasita, através do mercado clandestino, para tentar perder peso.

Sua jovem paciente, de apenas 21 anos, de fato conseguiu emagrecer, relata o médico, pois a tênia se alimentas da comida ingerida pelo seu hospedeiro. Contudo, o animal também gera outros efeitos colaterais, que a jovem demorou a perceber, explica o Hsu.

Ele conta que ela tinha duas tênias vivendo no seu cérebro: a taenia solium e a taenia saginata. A segunda espécie do parasita foi a responsável por causar lesões no cérebro da paciente.

Alguns sintomas apresentados foram desmaios, fortes dores de cabeça e perda de memória recente, além de cólicas estomacais e inchaço e dores no abdômen. Após o diagnóstico e seis meses de tratamento, a jovem se viu livre das tênias e das sequelas.

Perigos da ingestão de ovos de tênia

O neurologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Luis Pascuzzi, contou sobre os perigos desse “método de emagrecimento”. O médico explica que ovos de tênia apresentam um alto risco a saúde, principalmente a Taenia solium, o tipo mais perigoso do parasita.

Ele conta que quando o infectado tem baixa imunidade a tênia pode entrar na corrente sanguínea e chegar ao cérebro, pulmão e fígado.

Raio X de homem com tênia no cérebro (Foto: Reprodução)

“Pode produzir cistos infectados no cérebro, chamados de cisticercose. E, dependendo da localização cerebral, pode desencadear em quadros gravíssimos resultando em distúrbios epiléticos, comportamentais ou bem mais graves, gerando obstrução de vias de passagem provocando sintomas semelhantes ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), tumores cerebrais e quadros psicóticos”, listou o neurologista.

Ele ainda conta que, mesmo após o tratamento, o paciente pode ficar com sequelas como epilepsia ou cefaleia.

 

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