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Por Júlia Mendes – Site O Eco

No dia 26 de novembro, o parque de experiências ecológicas Ekôa Park, localizado em Morretes, no litoral do Paraná, recebe um grupo de plantadores de espécies nativas da Mata Atlântica ameaçadas de extinção para um encontro promovido pelo programa Salvando Árvores da Extinção. O objetivo do evento é promover a integração e troca de experiências entre os participantes. O programa vem sendo desenvolvido em parceria com o parque, cientistas e empresários da região, visando a restauração e conservação do bioma.

O projeto visa o estímulo ao plantio e cultivo de espécies raras e ameaçadas de no litoral do Paraná, como jequitibá, pau-óleo, canelas, baguaçu, pau-sangue, entre outras, fortemente exploradas por muito tempo para extração de madeira e outros tipos de usos. Por isso, o programa tem uma rede de plantadores que atualmente conta com 70 proprietários de terras com interesse em enriquecer suas áreas de floresta.

Segundo a organização, desde 2018 já foram coletadas quase 20 mil sementes e produzidas mais de duas mil mudas de 25 das 48 espécies alvo do programa, que são raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção, e foram distribuídas aos proprietários integrantes da Rede.

No dia 26 de novembro, novos plantadores vão se unir à rede de pessoas interessadas em distribuir mudas em suas propriedades e um novo lote delas será entregue aos integrantes do programa. “Até o final de 2024, serão produzidas mais quatro ou cinco mil mudas, dependendo das condições do clima, para ampliarmos ainda mais esse grupo de pessoas envolvidas no plantio”, diz  Tatiana Perim, diretora-executiva e CEO do Ekôa Park.

A ideia é expandir as áreas de plantio de forma mais abrangente no litoral do Paraná para  municípios como Guaraqueçaba, Paranaguá, Caiobá, Matinhos e Guaratuba, assim como no litoral norte de Santa Catarina.

“A adição de novos membros à rede ocorre de forma contínua e ganha mais adeptos com a divulgação e a distribuição de mais mudas a cada ano. Estamos cadastrando pessoas interessadas em receber e plantar essas mudas em propriedades particulares e espaços públicos, como praças e parques também”, destaca Tatiana Perim.

“Trata-se de uma forma de dar mais visibilidade a essas espécies preciosas. Ao longo dos anos, quando atingirem a maturidade, cada uma dessas árvores vai produzir sementes que o vento, a água ou os animais se encarregarão de dispersar, enriquecendo e melhorando as condições da floresta, especialmente, em áreas que foram exploradas no passado. É um legado que, juntos, vamos poder deixar”, completa diretora-executiva e CEO do Ekôa Park.

A seleção das espécies cultivadas no viveiro se fundamenta na Lista Vermelha de espécies ameaçadas, da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na tradução para o Português), do Centro Nacional de Conservação da Flora, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e da Lista Vermelha de Flora do estado do Paraná.

“Esperamos que nos próximos anos, essas árvores que hoje estão sendo plantadas tenham crescido e estejam produzindo frutos e sementes para ampliar ainda mais as populações e áreas de ocorrência, permitindo que as florestas exploradas e degradadas no passado voltem a ter maior riqueza e diversidade, incluindo as espécies mais vulneráveis”, projeta Sílvia Ziller, fundadora do Instituto Hórus.

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