Após quase um ano de governo Lula, o debate sobre o presidente nas redes sociais apresenta um cenário bastante estagnado, ainda que o campo de oposição siga produzindo um grande volume de menções e publicações sobre o presidente. Sem grandes disputas e marcado por um maior engajamento de atores de oposição, essa superioridade se dá muito mais pelo volume de temas e interações do que por um aumento no campo de influência – e diálogo com outros clusters – da oposição nas redes sociais.
Nos últimos sete dias uma série de temas foram explorados por atores bolsonaristas nas redes sociais, todos buscando pautar o debate sobre o presidente e atrair o campo antibolsonarista para estas pautas. Dentre eles, agendas internacionais, globalismo, discurso ambientalista, “Conselhão de Lula”, Venezuela e Guiana, Argentina, Israel, Maceió, Mercosul, Portugal, influenciadores, multas ambientais, autismo, agronegócio, pesquisa IPEC e MST foram alguns dos temas explorados por este agrupamento em um estado de “cacofonia”.
Em comum, todos estes temas registraram picos isolados de menções e não reverberaram para além do próprio bolsonarismo, com o volume de menções sempre arrefecendo nas horas seguintes. Por outro lado, seguimos sem observar indícios concretos de ações em defesa de Lula, seja a partir dos temas propostos por bolsonaristas ou a partir de outras pautas propostas pelo campo governista. Como exemplo, durante a agenda internacional de Lula pela Alemanha, das 25+ publicações no Facebook/Instagram que citavam o presidente, apenas uma partiu de um apoiador. A divulgação da pesquisa IPEC na última quinta-feira reforçou esse cenário e gerou críticas até mesmo de atores ligados ao antibolsonarismo. Segundo estes atores, as mudanças na avaliação do governo federal e do presidente seriam os resultados destas dificuldades que o governo enfrenta ao tentar comunicar as realizações da gestão à população.
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