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A Petrobras anunciou nesta segunda (15) uma queda de 4,9% no preço do litro da gasolina em suas distribuidoras. De acordo com a estatal, o preço cairá de R$ 3,71 para R$ 3,53 por litro, uma redução de R$ 0,18 por litro. O novo valor vale a partir de amanhã (16) e não afeta os demais combustíveis.

Com a nova redução, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,70, em média, para R$ 2,57 por litro da gasolina vendido na bomba, ao considerar a mistura de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro. A Petrobras estima uma economia de R$ 0,13 por litro nas bombas. A nova queda no preço da gasolina vai reduzir ainda mais a inflação de agosto e setembro.

A estatal, cuja diretoria é formada por executivos indicados pelo presidente Jair Bolsonaro, criou uma rotina de reduções frequentes no preço de seus combustíveis faltando cerca de dois meses para a eleição presidencial. Nas últimas quatro semanas, foram cinco quedas – duas baixas da gasolina e outras duas do diesel. Todas elas pequenas, abaixo dos 5%.

Essa é a terceira vez que a Petrobras reduz o preço do litro da gasolina gasolina desde que Caio Mário Paes de Andrade assumiu o comando da empresa em junho. A petroleira havia diminuído os preços da gasolina nos dias 20 e 29 de julho. O alto valor dos combustíveis tem sido há meses um problema para o presidente Jair Bolsonaro, que busca a reeleição. O chefe do Executivo fez consecutivas mudanças no comando da estatal e foi acusado de interferir politicamente. Bolsonaro também criticou o lucro da petroleira e chegou a usar termos como “estupro” e “absurdo” ao falar sobre os ganhos recordes da Petrobras, mas omitiu que a União é a acionista controladora e dona da maior fatia das ações da Petrobras.

“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, informa a companhia. 

A nova queda no preço do litro da gasolina deve reduzir ainda mais a inflação de agosto e setembro. Porém, como aconteceu no último mês, essa baixa no IPCA deve favorecer apenas a classe média, já que os preços dos alimentos continuam subindo.

Queda do preço do litro da gasolina tem caráter explicitamente eleitoreiro

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Agência Brasil / Marcello Casal

Segundo André Braz, economista do Ibre/FGV, em entrevista para O Globo, da FGV, o mundo está passando por um momento de grande incerteza e a queda na gasolina reflete a desaceleração de grandes economias causada com o aumento de juros para controle da inflação.

“A desaceleração do apetite global faz o preço de commodities, dentre elas o petróleo, recuar. Então isso é o que está acontecendo agora em função da maior necessidade que é controlar a inflação”, afirma o economista.

Sobre a inflação acumulada dos últimos 12 meses, para o economista, com este cenário, outras quedas podem acontecer, reduzindo ainda mais a inflação deste ano, até abaixo dos 7% previstos pelo mercado. Vale ressaltar que essa deflação no último IPCA não está relacionada com um comportamento natural da economia, já que ela reflete uma decisão de retirada de impostos sobre energia elétrica e combustíveis, com caráter explicitamente eleitoreiro.

Na semana passada, a Petrobras também anunciou uma nova redução no preço do diesel para as distribuidoras: o valor passou para R$ 5,19 por litro, uma economia de R$ 0,22. De acordo com a Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a comercialização do combustível comercializado nos postos, o preço para para o consumidor final passará de R$ 4,87, em média, para R$ 4,67 a cada litro vendido na bomba.

De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), haveria espaço para uma queda de preços de R$ 0,60 do combustível, já que o preço médio interno do diesel está 13% acima do mercado internacional.

As reduções nos valores dos combustíveis ocorrem após a Petrobras mudar a dinâmica de reajuste dos combustíveis no mês passado. Na ocasião, a estatal informou que o conselho de administração e o conselho fiscal da companhia passarão a supervisionar a execução da política de preços.

Para isso, a diretoria executiva da estatal — que é responsável por determinar o reajustes do litro da gasolina e do diesel — deverá informar os dois conselhos, a cada três meses, sobre a evolução dos preços do diesel, da gasolina e do gás no Brasil, além da participação da Petrobras em cada mercado. Segundo especialistas do mercado de petróleo, a mudança aumenta a pressão do governo federal sobre as decisões de preços.

Desde julho, os estados estão reduzindo a alíquota do ICMS sobre os combustíveis em atendimento à lei aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro que limita a porcentagem do imposto sobre esses produtos e serviços, que passaram a ser considerados essenciais. Além dos combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo são impactados pela redução da alíquota. O movimento foi uma tentativa do governo de frear a escalada de preços no Brasil, principalmente a dos combustíveis. No início deste mês, integrantes do Centrão chegaram a avaliar que Bolsonaro pode perder as eleições se o governo não conseguir baixar o preço dos combustíveis e passaram a fazer pressão para que alguma medida fosse tomada. 

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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