Os acionistas da Petrobras se reúnem em Assembleia Geral na quarta-feira (13) para avaliar a terceira troca do presidente e a maior renovação da conselho de administração em três anos de governo.
O encontro se dá depois do processo conturbado de escolha dos nomes, que teve nas primeiras indicações lobistas e envolvidos em investigações do Ministério Público Federal, o que levou o governo a buscar novos nomes.
O governo, que tem a maioria das ações com direito a voto, não deverá ter dificuldade em eleger seus oito indicados ao conselho: Márcio Andrade Weber (presidente do Conselho); José Mauro Ferreira Coelho (para presidente da estatal); Carlos Eduardo Lessa Brandão; Eduardo Karrer; Luiz Henrique Caroli; Murilo Marroquim de Souza; Ruy Flaks Schneider; e Sonia Julia Sulzbeck Villalobos.
Ferreira Coelho, indicado para presidir a Petrobras, deve dar continuidade à atual condução da empresa e sua política de preços dos combustíveis. Ele defende a prática da paridade de preços internacionais para os combustíveis no Brasil. Em entrevistas à imprensa, há alguns meses, ele afirmou que os os preços no mercado doméstico teriam que estar relacionados aos preços de paridade de importação. “Se assim não fosse, não teríamos nenhum agente econômico com aptidão ou com vontade de trazer derivados para o país”, ressaltou.
Minoritários querem mais representação
O conselho da Petrobras tem 11 cadeiras, uma delas é reservada à representante dos empregados, a engenheira Rosângela Buzanelli. Outras duas são reservadas a minoritários, que nos últimos anos acabaram elegendo três representantes.
Na reunião de quarta-feira (13), há a expectativa do mercado da disputa do governo com investidores minoritários que têm interesse em ampliar sua participação no conselho. Os minoritários entendem que um número maior de conselheiros lhe garante um poder maior de fiscalização contra interferências do governo na estatal, como na política de preços dos combustíveis.
Segundo reportagem da Folha de SP, o principal antagonista do governo é o investidor Juca Abdalla, apontado como patrocinador da maior parte dos indicados pelos minoritários e ele próprio candidato a uma vaga de representante de detentores de ações ordinárias.
Remuneração da administração
A assembleia de acionistas também vai avaliar as demonstrações financeiras da estatal em 2021 e a proposta de remuneração da administração de R$ 13,1 milhões para pagar bônus a diretores da empresa por lucros nos últimos anos. Em 2022, a Petrobras propõe gastar R$ 39,6 milhões com remuneração de executivos de sua administração, incluindo diretores e conselheiros.
Redação ICL Economia
Com informações da Folha de SP
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