Com Karla Gamba
A Polícia Federal avalia que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atuou com “dolo, consciência e livre vontade” na produção e divulgação de informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro. Os dados constam do relatório da PF, que foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), e ao qual a coluna teve acesso.
No documento, ao narrar o episódio da reunião entre Bolsonaro e ministros, em 2022, os investigadores afirmam que os discursos do então presidente, de Anderson Torres (seu ministro da Justiça) e o deputado federal Filipe Barros (PL–PR), seguiram a “metodologia desenvolvida pela milícia digital”.
A coesão entre as falas que propagaram a ideia de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação, junto à apresentação de Barros como “alguém com conhecimento técnico” — como forma de dar credibilidade ao que estava sendo dito aos ministros de Estado presentes — demonstram o dolo, isto é, a intenção.
Os investigadores apontam ainda que a narrativa era sabidamente inverídica e sem qualquer lastro concreto.
A reunião aconteceu em julho do ano da última eleição presidencial, no Palácio do Planalto, e chegou ao conhecimento da PF por meio de uma gravação encontrada no computador de Mauro Cid.
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