A Polícia Federal (PF) realiza, na manhã desta quinta-feira (4), uma operação para apurar a existência de associação criminosa responsável pelo crime de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Um dos cartões de vacina falsificados é o do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Dentre os principais alvos da operação, estão o ex-prefeito da cidade de Duque de Caxias e atual secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB), e a secretária de Saúde do município da Baixada Fluminense, Célia Serrano.
Nesta manhã, a PF cumpre mandados de busca e apreensão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com as investigações, agentes públicos de Duque de Caxias seriam responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19.
A ação tem como objetivo, ainda, buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento. Ao todo, são cumpridos dois mandados, nas cidades do Rio de Janeiro e Duque de Caxias.
PF investiga cartões de vacinação da família Bolsonaro
As investigações da PF apontam, ainda, no inquérito, que o sistema da Secretaria de Saúde de Duque de Caxias foi usado, de forma irregular, para inserir nos registros de Bolsonaro e aliados doses de vacina contra a Covid que nunca foram aplicadas de fato.
Teriam sido adulterados, segundo as investigações, os cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, da filha mais nova dele, de 12 anos, de assessores do então presidente, do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão do então prefeito de Duque de Caxias.
Fraude em cartões de vacinação
Em abril, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao STF o aprofundamento das investigações sobre a fraude em cartões de vacinação que envolvem a família do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em março, a PF indiciou no caso o ex-presidente, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas. Bolsonaro foi alvo da primeira fase da Operação Venire.
Em delação premiada, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, disse que a fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro e da filha dele, Laura, foi feita a pedido do próprio mandatário na época e que os certificados foram impressos e entregues “em mãos” ao então presidente.
Os suspeitos foram indiciados sob suspeita dos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa. A pena para associação criminosa é a reclusão de 1 a 3 anos. Já a inserção de dados falsos em sistema de informações tem pena de reclusão de 2 a 12 anos e multa.
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